A alta inadimplência no Brasil é um reflexo tanto da situação socioeconômica do país quanto da forma como o brasileiro administra suas finanças.
De acordo com uma pesquisa realizada pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), em parceria com a Offerwise Pesquisas, realizada com brasileiros com contas em atraso há pelo menos três meses, 35% dos inadimplentes residentes nas capitais do país admitem que não fazem gestão dos próprios ganhos e gastos, sobretudo porque fazem o controle de cabeça (21%).
As principais razões da falta de controle orçamentário citadas pelos inadimplentes são: já ter feito e não achar que ajudou (18%), não ter disciplina para controle dos gastos (15%), falta de tempo (15%), acreditar que apenas a conta de cabeça funciona (15%) e não saber fazer (13%).
“É preocupante que um percentual tão expressivo da população não utilize um método sistemático para organizar as próprias contas e gastos. Não importa a ferramenta, o importante é que o consumidor não se desorganize financeiramente”, pontua o presidente da CNDL, José César da Costa.
No caderno
O levantamento mostra ainda que seis em cada dez entrevistados (65%) administram o orçamento usando principalmente um caderno de anotações (32%) e planilha no computador (18%).
Entre estes, os itens mais controlados são despesas essenciais tais como mantimentos, luz, água, aluguel, condomínio, mensalidades (87%).
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Também, os rendimentos considerando a soma de todo dinheiro que recebe como salário, mesadas, aluguéis, “bicos”, pensão, aposentadoria (84%), as prestações de compras a serem pagas (78%) e gastos não essenciais como salão de beleza, lazer, saídas a bares e restaurantes, lanches, taxi, roupa, presentes (63%).
Em relação à educação financeira, 42% dos inadimplentes consideram seu conhecimento sobre administração do orçamento regular, 40% ótimo ou bom e 17% ruim ou péssimo.
Gasta mais do que ganha
De acordo com a pesquisa, mais da metade dos inadimplentes (53%) admitem que gastam mais dinheiro do que o orçamento permite, enquanto 46% quase sempre cedem aos seus impulsos quando querem muito comprar algo e 40% se endividaram porque o prazer de comprar é maior do que seu controle financeiro.
Outro dado que chama a atenção diz respeito à relação das emoções dos consumidores com o ato de comprar, uma vez que 38% afirmam que algumas vezes acabam fazendo compras não planejadas para se sentirem melhores e se valorizar e 35% admitem que navegar nas redes sociais com frequência os fazem comprar sem pensar se terão condições de pagar.
Com informações da CNDL
