Governador destaca que investimentos estão sendo feitos para reverter a situação, mas, segundo ele, é preciso mais união de esforços
O governador Ronaldo Caiado voltou a chamar atenção sobre o problema de degradação ambiental na região do Ribeirão Extrema. Em pelo menos duas outras ocasiões, Caiado já falou tocou no assunto.
“Não podemos aceitar o que está acontecendo com o [Ribeirão] Extrema, toneladas de terra da pista do Aeroporto [de cargas] soterraram o córrego totalmente”, afirmou Caiado, durante a solenidade de assinatura da sanção da lei que transferiu parte de uma área da Plataforma Logística para a expansão do Distrito Agro Industrial de Anápolis (DAIA), ocorrida no dia 27 de julho último.

Na mesma ocasião, o governador apelou para uma união de esforços do governo com os empresários e a imprensa- para a divulgação do fato- para que o problema, conforme disse, “não fique, apenas, nas costas do Estado”.
Caiado disse, ainda, que o governo já vem gastando um volume considerável de recursos para a recuperação do manancial. Além disso, pontuou que a questão foi também repassada para a Procuradoria, para a análise dos aspectos jurídicos que envolvem o problema.
Na última terça-feira (03/08), o governador voltou a externar a sua preocupação em relação à degradação do Ribeirão Extrema, durante a entrega da Estação de Tratamento de Água (ETA) Compacta da Saneago.
“Vou fazer uma campanha, porque soterraram o rio por conta da cabeceira de uma pista de avião, onde não aterrissa nem um drone. Acabou. O rio não ´respira´ mais. Estamos gastando muito para tentar recuperar”, disse o chefe do Executivo, durante o seu discurso no evento.
Justiça
A preocupação de Caiado é recorrente e não é nova, diga-se de passagem. Ainda em 2017, a promotora de Justiça, Sandra Mara Garbelini, ingressou com uma Ação Civil Pública para a suspensão parcial das obras do Aeroporto de Cargas, especificamente na área afetada pela ausência de sistema de drenagem apto a inibir processos erosivos.
A promotora sustentou, no encaminhamento da Ação Civil Pública: “Trata-se de um verdadeiro absurdo da gestão administrativa da Agetop, pois licita uma obra no importe de R$ 321 milhões, conforme a própria agência divulga no seu site, mas deixa de licitar a execução de uma obra de R$ 118.696,40, conforme Memorando n° 150/2017 – OR-GEPOR, valor esse correspondente a 0,0369% do valor gasto até o momento na obra, imprescindível para evitar o assoreamento e os graves danos ambientais que vem causando, colocando em risco a própria obra do Aeroporto de Cargas de Anápolis”.
Anápolis recebe cerca de R$ 60 milhões de investimentos para enfrentar crise hídrica
Na época, o pedido do MP foi acolhido pela juíza Mônice Souza Balian Zaccariotti. Conforme divulgado na época, a decisão judicial determinou, inclusive, um prazo de 30 dias para que a Agetop (hoje denominada de Goinfra) para que fossem feitas as correções necessárias nas áreas adjacentes à pista de pouso.
O fato é que o problema tem sensibilizado o governador. Mas, conforme ele mesmo disse, é necessário união de esforços para trazer de volta e revitalizar o Ribeirão Extrema, que é um afluente do Rio Corumbá, pertencente à Bacia do Rio Paranaíba.
O Extrema fica a uma distância de cerca de 50 metros a sudoeste da cabeceira da pista do aeroporto. O aterro da cabeceira tem 36 metros de altura, o que demandou uma grande movimentação de terra nas imediações.