Redes sociais: influência crescente na escolha de cirurgiões
Marcelo Sampaio aponta que o comportamento dos pacientes mudou com o uso das mídias sociais, que agora ocupam o lugar antes confiado à indicação de amigos ou familiares. “Hoje, as mídias sociais tornaram-se o principal referencial médico. No entanto, nem todos os que têm grande visibilidade nas redes são realmente qualificados”, alerta. Embora o CFM permita que médicos façam publicidade, ele esclarece que o Conselho proíbe abordagens sensacionalistas e orienta que o paciente confirme a veracidade das informações apresentadas nas redes.
A resolução 2.336/2023 do CFM permite o uso das redes para mostrar resultados desde que o paciente não seja identificado, mas proíbe “tom pejorativo, desrespeitoso ou sensacionalista”. Segundo Sampaio, é fundamental desconfiar de promessas excessivas. “Alguns profissionais ganham notoriedade rapidamente, mas é crucial investigar o histórico e as credenciais deles”, acrescenta.
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Investigação detalhada e sinais de alerta na hora de contratar
A SBCP reforça que as redes sociais podem tanto promover profissionais inidôneos quanto facilitar a verificação de suas qualificações. Sampaio recomenda pesquisar os profissionais e atentar para ofertas de procedimentos a preços demasiadamente baixos ou múltiplas cirurgias com valores reduzidos, prática que sinaliza riscos. Ele explica que “preços fora do mercado ou cirurgias parceladas em 50 vezes indicam falta de ética”.
De acordo com o artigo 9º do Manual de Publicidade Médica, o CFM permite a divulgação de valores e formas de pagamento, mas proíbe pacotes ou vendas casadas. “O paciente precisa desconfiar de promessas exageradas. Cirurgiões éticos seguem os limites estabelecidos pelo Conselho”, alerta.
Riscos e cuidados adicionais em cirurgias estéticas
Sampaio lembra que toda cirurgia envolve riscos. “O papel da SBCP e de um médico bem preparado é garantir uma cirurgia segura, onde as complicações sejam mínimas.” No caso de lipoaspirações, ele destaca que o volume não deve ultrapassar 7% do peso corporal ou 40% da área corporal. O especialista explica que muitos problemas ocorrem por falta de protocolos antes, durante ou após o procedimento, resultando em uma combinação de fatores como avaliações erradas e cirurgias muito longas.
Casos de falhas médicas graves ganharam notoriedade em Florianópolis, onde o cirurgião Marcelo Evandro dos Santos é investigado por lesões irreparáveis causadas a pacientes. A vítima Letícia Mello, que passou por cirurgia com ele, sofreu deformidades permanentes que exigiram reconstrução corporal.
Atuação e capacitação da SBCP para cirurgiões plásticos
Para atuar como cirurgião plástico, o médico deve completar sua formação em cirurgia geral e realizar uma especialização. A SBCP oferece mais de 20 congressos, jornadas e simpósios anualmente para capacitar e atualizar os profissionais. Sampaio destaca que o site da SBCP facilita ao paciente confirmar se o profissional é membro certificado, promovendo segurança na escolha.
Por fim, ele lembra que consultar a lista de profissionais certificados no site da SBCP é uma etapa simples que pode evitar muitos problemas futuros. “Essas informações asseguram ao paciente que o médico é um especialista confiável”, conclui Sampaio.