Para o vice-presidente da Federação das Indústrias de Goiás (FIEG), Wilson de Oliveira, sem o aeroporto de cargas, fica praticamente inviável o projeto de implantação da Plataforma Multimodal de Anápolis, anunciada pelo governo como o mais importante empreendimento do setor logístico de todos os tempos, mas que, até hoje, não passa de uma grande faixa de terra, adquirida há mais de quatro anos, onde se gastou milhões em infraestrutura e que não tem sequer uma empresa instalada. Oliveira, que já foi presidente da Associação Comercial e Industrial de Anápolis, considera que os chamados grandes empreendimentos, como o entreposto da SUFRAMA (Zona Franca de Manaus) jamais viriam se instalar em Anápolis sem a garantia de que suas cargas chegassem e saíssem por via aérea. Com isso, o Município estaria correndo o risco de perder milhões e milhões de reais em tributos, valores agregados com a vinda de muitas empresas de logística e, acima de tudo, o desperdício do que já se gastou até agora.
Entende o vice-presidente da FIEG que a questão é mais política do que técnica. Ele admite que poderia haver erros na formatação do projeto, muito embora todas as providências elencadas na proposta inicial tenham sido cumpridas. Wilson Oliveira assegurou que está faltando uma ação política mais consistente por parte das lideranças anapolinas, no sentido de se cobrar, de quem de direito, a execução do plano. “Erros e falhas podem ser corrigidos no andamento do projeto. O que não se admite é ver a proposta do aeroporto de cargas sendo postergada dia após dia, cada vez com uma alegação diferente. Falaram sobre problemas ambientais, o que não é verdade, uma vez que o RIMA (Relatório de Impacto Ambiental) está contemplado dentro do projeto global da Plataforma. Depois falaram sobre dificuldades operacionais com a Anac (Agência Nacional da Aviação Civil), outra inverdade, pois a formatação do projeto foi acompanhada por oficiais da Aeronáutica, inclusive pelo então Comandante da Base Aérea, Coronel Bragança”, justificou.
Má vontade
Wilson Oliveira destacou que é preciso haver um movimento urgente, envolvendo as forças representativas da cidade, para se cobrar do Governo Estadual uma solução imediata para o problema. De acordo com o empresário, existe uma inexplicável espécie de má vontade para com Anápolis. Ele cita, como exemplo, o caso da liberação de uma área do Governo Estadual, junto ao trevo de acesos a Goiânia, visando a construção de um centro de internação para crianças e adolescentes. “O Juiz Carlos Limongi Sterse, da Infância e da Juventude, correu atrás, foi a Brasília por diversas vezes, formatou o processos, apresentou o projeto, conseguiu a verba e dependia somente da documentação liberando o terreno. E, quase que tudo foi por água abaixo, pois no último dia, a tal documentação ainda não havia sido liberada pela AGETOP. Foi preciso muita correria, muito esforço para não se perder o recurso federal”, lamentou Wilson. Segundo ele, Anápolis é a cidade mais importante do ponto de vista sócio/econômico e cultural do interior do Estado, mas não vem colhendo os frutos políticos com isso. “Nossa representação é frágil, não temos força para cobrar do Governo o cumprimento de propostas, projetos e promessas feitas em campanhas eleitorais e propostas administrativas”, destacou Wilson Oliveira.
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