O professor Edergênio Negreiros Vieira lança uma coletânea que aborda um tema que era tabu na sociedade e, hoje, é uma realidade para todas as idades
Para começar, uma pergunta: “você tem algum preconceito?” Busque, na sua memória, um preconceito de cor ou raça e de gênero, por menor que seja.
Muitos responderão que sim. Outros, que não. O certo é que em se tratando de preconceitos, esse é um assunto ainda cercado de muitas dúvidas e tabus, em Anápolis, no Brasil e no mundo.
Sim, ainda na dita sociedade moderna, temos e convivemos com esses conflitos. Mas, felizmente, há caminhos para mudanças e esses caminhos passam pela educação, a cultura e a conscientização.
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E é isso o que propõe um trabalho que já está na praça e tem a assinatura de um anapolino. Aliás, um jovem anapolino que conhece a fundo tudo o que circunda as questões e os tabus envolvendo o preconceito e o racismo.

O professor Edergênio Negreiros Vieira é um ativista conhecido em prol da educação e do movimento de valorização da cultura afro, uma de nossas raízes.
Agora, o trabalho desenvolvido por ele ganhou uma nova dimensão. E, diga-se de passagem, uma dimensão lúdica, voltada às crianças e adolescentes. Ou seja, às gerações que necessitam conhecer o melhor de suas raças, cores, credos, identidades socioculturais e econômicas.
Contudo, de uma maneira bel simplificada e didática, toda essas questões que, em princípio, se mostram polêmicas, estão representadas em uma coletânea denominada: “Afroletramento”, publicada pela editora Inteligência Educacional. O trabalho é ilustrado pela jornalista e professora angolana Francisca Nzense de Meireles.
A referida coleção terá cinco edições, cada qual trazendo abordagens diferentes e personagens negros. “O que é muito incomum na literatura infanto-juvenil”, pontua Edergênio.
O Afroletramento proposto pelo autor é, por assim dizer, uma inquietude, no sentido de despertar consciência, aguçar a crítica e revisar conceitos.
Com abordagem lúdica, a coletânea é voltada para crianças e adolescentes, na faixa etária entre 6 a 12 anos de idade. Mas, independente da idade, quem quiser se dedicar à leitura, não se arrependerá, com certeza, pois a leveza do conteúdo dispensa qualquer tipo de desconfiança. É uma linguagem natural e próxima daquilo que deve ser a realidade, em relação à temática tratada.
O menino que escrevia na parede
O título é o título da edição agora lançada e quem tem como foco aluno do ensino fundamental. A narrativa tem como personagem central o menino Cadu, que conforme a descrição dada pelo autor, “é um menino que começou com os rabiscos na parede e foi além das linhas para expressar a arte que morava dentro dele”.
“É um conto que conta como a arte urbana pode se manifestar desde muito cedo na personalidade de um artista”, pontua o autor.
Não pára por aí. O trabalho do professor e escritor Edergênio Vieira lança e lançará muitas outas temáticas relacionadas à questão, como por exemplo a estética dos ditos “heróis”.
Cadu, o menino que escrevia por todos os lugares, descobriu o grafite e fez de sua arte uma pequena história, uma história de sucesso.
Como Cadu, há centenas, milhares de histórias que provam e comprovam que não somos e não podemos ser rotulados por qualquer diferença que seja.
Reconhecimento
Nesta sexta-feira, 19/11, o professor Edergênio Negreiros Vieira estará recebendo uma Moção de Aplauso da Câmara Municipal de Anápolis, em reconhecimento ao seu trabalho como professor, ativista e escritor.
A solenidade será realizada no hall do novo prédio da Câmara Municipal, a partir das 9h30.
Edergênio é mestre em Educação, Linguagens e Tecnologias; pós-graduado em linguagem e educação escolar e graduado em Pedagogia pela Universidade Estadual de Goiás (UEG). Porte e escritor, é professor de língua portuguesa e literatura brasileira na rede municipal de ensino de Anápolis.