Rafael Lima da Costa foi condenado a 23 anos de prisão, em regime fechado, pelo latrocínio e ocultação do cadáver da turista japonesa Hidomi Akamatsu. A mulher foi encontrada morta, em novembro do ano passado, em uma cachoeira nas proximidades da Casa Dom Inácio de Loyola, em Abadiânia (GO).
A sentença foi dada hoje pelo juiz Marcos Boechat Filho, da comarca de Abadiânia. Segundo a assessoria do Tribunal de Justiça de Goiás, ainda cabe recurso à defesa. De acordo com a denúncia, no dia 10 de novembro de 2020, Rafael, com 18 anos à época, encontrou a turista sozinha na cachoeira e decidiu cometer o roubo para pagar dívidas de drogas. No entanto, como a vítima não tinha nada além da roupa do corpo e um colchonete, decidiu matá-la.
Segundo as investigações, o condenado roubou o colchonete da vítima e uma carteira, além das roupas que ela usava. Ele foi flagrado com os pertences da turista por imagens de câmeras próximas ao local do crime. Momentos antes, Hidomi foi vista passando no sentido das cachoeiras e Rafael passou em seguida, sozinho.
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À época, o acusado ainda teria revelado à Polícia Civil que estuprou a vítima, mas o crime não foi comprovado pela perícia, uma vez que o corpo foi encontrado em avançado estado de decomposição e não foram localizados vestígios de seu DNA. De acordo com o Tribunal de Justiça, em juízo, ele assumiu o roubo, disse que teria jogado Hidomi na vala ainda desmaiada, mas afirmou não se lembrar do estupro. A ocultação de cadáver foi comprovada, já que o corpo da vítima foi encontrado próximo à cachoeira, no fundo de uma grota e coberto por pedras. Contudo, partes da coxa e dos joelhos estavam descobertos.
Segundo a Polícia Civil, Hidomi Akamatsu tinha 43 anos quando foi morta. Ela estava em Abadiânia, desde 2018, para tratamento espiritual. A investigação também descobriu que a mulher foi uma das sobreviventes do acidente nuclear de Fukushima, ocorrido em 2011 no Japão.
A defesa de Rafael Lima da Costa, de 19 anos, em nota, informou que acompanha os trâmites processuais e, após a sentença de 23 anos de reclusão em regime fechado, considerada alta, vai recorrer da decisão do magistrado na justiça. O homem não terá direito a responder em liberdade e segue preso na Cadeia de Alexânia.