Um dos grandes males dos dias atuais é a ansiedade. Um estudo de 2017 da Organização Mundial da Saúde, coloca o Brasil é o 11º país mais ansioso, com mais de 13,2 milhões de pessoas com algum transtorno de ansiedade. De acordo com o mesmo estudo, a ansiedade está relacionada a preocupações excessivas com o futuro e ao medo de perder o controle das situações. Mas, é possível viver sem ansiedade? Jesus disse: “Por isso, vos digo: não andeis ansiosos pela vossa vida” (Mt 6:25a). Esse ensinamento não é algo fácil de ser aplicado em nossas vidas.
Vivemos preocupados com nosso sustento, nossas necessidades, nossos projetos, nosso futuro. Contudo, a Bíblia nos mostra que aqueles que seguiram ao Senhor, deixando de lado seus interesses pessoais, tiveram suas necessidades supridas. Jesus, em seu ministério na terra, chamou para segui-lo homens sujeitos às mesmas ansiedades materiais. Pedro era pescador; Mateus, fiscal tributário; Lucas, médico; Zaqueu, um servidor público. Ou seja, eram pessoas normais que colocaram o Reino à frente de seus projetos individuais e sobreviveram mediante a bondade e providência divinas.
A Bíblia nos dá diversas razões para não sermos ansiosos, das quais destaco cinco motivos: 1. os tesouros que adquirimos na terra podem ser roubados ou deteriorados com facilidade – “Não acumuleis para vós outros tesouros sobre a terra, onde a traça e a ferrugem corroem e onde ladrões escavam e roubam” (Mt 6:19); 2. os bens materiais podem tirar o foco do que realmente é importante – “porque, onde está o teu tesouro, aí estará também o teu coração” (Mt 6:21); 3. os bens materiais exigem dedicação de servo – “Não podeis servir a Deus e às riquezas” (Mt 6:24b); 4. a preocupação com o que está por vir enfraquece a fé – “Ora, se Deus veste assim a erva do campo, que hoje existe e amanhã é lançada no forno, quanto mais a vós outros, homens de pequena fé?” (Mt 6:30); 5. preocupar-se não prolonga a vida ou soluciona os problemas – “Qual de vós, por ansioso que esteja, pode acrescentar um côvado ao curso da sua vida?” (Mt. 6:27). Enfim, a ansiedade não gera nenhum benefício ao ser humano. Muito pelo contrário. Numa perspectiva cristã, esse sentimento é uma estratégia diabólica para fazer com que o indivíduo lute por coisas que não estão minimamente relacionadas com suas necessidades básicas.
O espírito, em comunhão com Deus, é quem determina a plenitude de vida. Confiar que o Senhor conhece nossas necessidades e está pronto para supri-las, segundo a Sua vontade, é a arma do cristão contra a ansiedade. É importante lembrar que existe uma grande diferença entre preocupar-se com algo que pode ser solucionado e que pressupõe uma atitude imediata e a inquietação diante de uma questão em que não há possibilidade de uma atitude prática.
Se você pode solucionar hoje um problema prestes a estourar, tome uma atitude e não deixe para resolver amanhã. Entretanto, se a você não compete agir, hoje não é o dia de se preocupar com o amanhã – “Portanto, não vos inquieteis com o dia de amanhã, pois o amanhã trará os seus cuidados; basta ao dia o seu próprio mal” (Mt 6:34). Desvie-se do mal e faça o bem; e você terá sempre onde morar. (Sl 37:27)