Por Vander Lúcio Barbosa
O ano letivo de 2025 revela uma tendência preocupante em Anápolis e em várias regiões do Brasil: o aumento no número de alunos migrando das escolas particulares para a rede pública.
Esse movimento é impulsionado principalmente pelos altos custos das mensalidades escolares e pela dificuldade de inclusão de alunos com necessidades especiais (PCDs) nas instituições privadas, provocando efeitos consideráveis no setor público de ensino.
O relato de pais e educadores municipais ecoa um aumento expressivo na procura por vagas, especialmente por parte de famílias com filhos PCDs. A ausência de cuidadores especializados na maioria das escolas particulares, aliada ao custo proibitivo desses serviços, impulsiona essa migração.
A chegada de novos alunos, particularmente aqueles com necessidades especiais, impõe desafios diversos às escolas públicas. A infraestrutura inadequada e a escassez de profissionais de apoio sobrecarregam os professores, gerando estresse e comprometendo a qualidade do ensino.
A legislação brasileira, embora assegure a educação inclusiva, enfrenta obstáculos na prática. A falta de pessoal qualificado e recursos adaptados transforma o atendimento a alunos com deficiência física ou intelectual em um desafio diário. A crise econômica e a inflação agravam a situação, pressionando os orçamentos familiares e forçando muitos pais a buscar alternativas mais acessíveis na rede pública.
A economia gerada pela mudança para escolas públicas permite que pais invistam em atividades extracurriculares e cuidados de saúde para seus filhos. “Essa mudança nos permitiu ampliar o leque de cuidados com a saúde de nossos filhos, incluindo acompanhamento psicológico e fisioterapia”, relata uma mãe em Anápolis.
Diante desse cenário desafiador, a rede pública de Anápolis se empenha em absorver a crescente demanda. A Secretaria Municipal de Educação explora soluções para expandir o quadro de profissionais de apoio e adaptar as escolas às necessidades especiais dos alunos. No entanto, a urgência da situação exige ações mais céleres e eficazes.
A evasão escolar, um fenômeno complexo, exige uma ação coordenada de autoridades e sociedade civil. A garantia de educação de qualidade para todas as crianças e jovens, independentemente de suas necessidades ou condições financeiras, é um imperativo ético e social.
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