O prefeito Roberto Naves vistoriou nesta terça-feira, 15, as obras de reconstrução de três pontes que desabaram após as fortes chuvas de março. As intervenções estão dentro do cronograma e devem ser concluídas em meados de outubro
“Estamos triplicando a passagem de água na Avenida Independência. Da mesma forma, estamos ampliando as bocas de lobo. Na Matinha, estamos recuperando a ponte e também fazendo toda a drenagem dessa bacia. Na ponte da Avenida Belo Horizonte, a água não era canalizada, passava por cima do asfalto e, por isso, rodou a ponte”, disse o prefeito.
As obras fazem parte do Anápolis Investe e do Plano de Macrodrenagem Urbana, iniciado nesta semana para diminuir o impacto das chuvas e garantir mais segurança para a população anapolina.
“É uma alegria ver que as obras estão a todo vapor, mas acima de tudo vendo a qualidade do serviço. São obras definitivas no padrão de qualidade da nossa gestão, que preza o dinheiro público e resolve os problemas de forma definitiva”, afirmou Roberto Naves.
Trabalho vai além da reconstrução
Além das pontes, as equipes da Secretaria de Obras, Meio Ambiente e Serviços Urbanos, juntamente com as empresas contratadas, estão atuando em outras frentes na região. “Existe um trabalho nas encostas do curso hídrico com gabiões para evitar erosões, galerias de águas pluviais e dissipadores para diminuir a velocidade das águas que são lançadas no rio. É uma solução definitiva e estamos felizes por fazer parte disso”, ressaltou o secretário Wederson Lopes.
Saiba o que são Planos de Macrodrenagem
Planos de macrodrenagem são conjuntos de obras e ações que visam melhorar as condições de escoamento das águas pluviais em áreas urbanas, prevenindo ou reduzindo os problemas de inundações, erosões e assoreamentos.
Eles são elaborados com base em diagnósticos dos problemas existentes ou previstos em um horizonte de planejamento, geralmente de 20 anos, e consideram os aspectos técnico-econômicos e ambientais das soluções propostas. Os planos de macrodrenagem fazem parte do sistema de drenagem urbana, que também inclui a microdrenagem (responsável pelo escoamento das águas nas ruas e lotes) e a mesodrenagem (responsável pelo escoamento das águas em bairros ou sub-bacias).
Os planos de macrodrenagem podem envolver diferentes tipos de intervenções, tais como:
- Construção ou ampliação de canais naturais ou artificiais, galerias de grandes dimensões e estruturas auxiliares para conduzir as águas até os corpos receptores;
- Implantação ou ampliação de reservatórios de detenção ou retenção (piscinões) para armazenar temporariamente as águas excedentes e liberá-las de forma controlada;
- Recuperação ou preservação de áreas verdes, como parques, praças e jardins, que contribuem para a infiltração das águas no solo e a redução do escoamento superficial;
- Regulamentação ou fiscalização do uso e ocupação do solo, especialmente nas áreas de várzea e nascentes, para evitar a impermeabilização excessiva e a ocupação irregular;
- Educação ambiental e participação social para conscientizar a população sobre a importância da drenagem urbana e o seu papel na conservação dos recursos hídricos.
Os planos de macrodrenagem são importantes instrumentos de planejamento urbano e gestão ambiental, pois proporcionam benefícios para as cidades, tais como:
- Melhoria da qualidade de vida da população, ao evitar ou minimizar os danos materiais, humanos e ambientais causados pelas enchentes;
- Melhoria da mobilidade urbana, ao garantir a trafegabilidade das vias públicas e o funcionamento dos serviços essenciais durante os eventos chuvosos;
- Melhoria da saúde pública, ao reduzir os riscos de doenças transmitidas pela água contaminada ou pelo contato com animais peçonhentos;
- Melhoria da paisagem urbana, ao valorizar os espaços públicos e integrar os elementos naturais ao ambiente construído.
Cidades que implantaram o Sistema
Cidades brasileiras que investiram na solução para melhorar o escoamento das águas pluviais e evitar as inundações nas áreas urbanas, segundo uma pesquisa da Urban Systems:
Belo Horizonte (MG): A capital mineira tem um plano de macrodrenagem urbana desde 1996, que prevê a implantação de bacias de detenção, canais, galerias e reservatórios para controlar as cheias dos principais córregos da cidade. O plano também contempla a recuperação ambiental das áreas degradadas e a educação ambiental da população.
Curitiba (PR): A capital paranaense tem um plano de macrodrenagem urbana desde 2006, que visa a reduzir os riscos de alagamentos e melhorar a qualidade das águas dos rios e córregos da cidade. O plano inclui a construção de parques lineares, piscinões, canais e galerias, além da recuperação da mata ciliar e da implantação de sistemas de drenagem sustentável.
Salvador (BA): A capital baiana tem um plano de macrodrenagem urbana desde 2015, cujo objetivo é mitigar os impactos das chuvas intensas e prevenir as inundações nas áreas mais vulneráveis da cidade. O plano prevê a execução de obras de drenagem, contenção de encostas, pavimentação e urbanização, além de ações de limpeza e manutenção dos sistemas existentes.
Essas são algumas das cidades brasileiras que têm planos de macrodrenagem urbana. Existem outras cidades que também estão investindo nessa solução, como Campinas (SP), São Paulo (SP), Rio Branco (AC) e Manaus (AM).
Reportagem: Vander Lúcio Barbosa, com informações da SECOM
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