A cidade de Anápolis teve sua participação na CPI da Covid nesta quarta, dia 11. Na condição de testemunha foi convocado Jailton Batista, diretor da empresa farmacêutica Vitamedic, que tem sua fábrica no Distrito Agroindustrial de Anápolis (DAIA) e é uma das responsáveis pela produção da ivermectina no Brasil.
A linha de inquérito partiu de documentos obtidos pela CPI, que comprovam o pagamento para veiculação de anúncios nos principais jornais pela Vitamedic. As peças publicitárias eram de atribuição do grupo Médicos pela Vida e defendiam o uso de cloroquina, ivermectina, zinco e vitamina D. Todas substâncias comprovadamente ineficazes contra a Covid-19.
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Questionado sobre o assunto, Jailton afirmou ainda que foram pagos R$ 717 mil na veiculação dos anúncios. Além de que a Vitamedic nunca conduziu estudos para avaliar a eficácia do medicamento contra o vírus, mas mesmo assim custeou a propaganda. A ivermectina é um vermífugo, utilizado para promover a eliminação de parasitas.
A própria empresa disponibilizou seus dados à CPI da Covid, mostrando que a produção e o faturamento do medicamento aumentaram substancialmente entre 2019 e 2020. Em 2019, a Vitamedic faturou cerca de R$ 15,5 milhões com a ivermectina. No ano seguinte, o valor alcançou quase 3.000% de aumento, chegando aos R$ 469,4 milhões.
O intuito da CPI com o depoimento de Jailton Batista é saber se a empresa atuou de forma irregular para aumentar seus lucros ao defender medicamentos ineficazes contra o coronavírus. O pedido de bloqueio à Justiça de recursos da Vitamedic, e até mesmo devolução, está sendo avaliado pela comissão junto a Justiça.