Uma reforma possui delicados processos de rupturas. Tem poeira, caçamba de lixo, o processo de arrancar piso velho, de cortar as paredes, mexer nos fios de eletricidade. Quando falamos em reforma pensamos em algo externo, mas elas também tangenciam aspectos estruturais que, embora simples, demandam profissionais com competências específicas. É o caso, por exemplo, de mudar as tomadas de lugar.
Pensei em toda a desordem que atualmente é perceptível em minha casa – no momento minha casa não tem piso e seus rodapés estão quebrados – e cheguei à conclusão de que é assim que Deus faz conosco. Primeiro a desordem, o caos e poeira. Mas depois surgem novas formas, algo mais bonito que o arranjo anterior, dotado de uma dinâmica melhor. O caos antecede a reforma!
Na ciência, a ordem e o caos podem coexistir, já que mudanças podem gerar grandes e produtivos impactos. A desordem pode ser vista como catalisadora para a criatividade e a inovação em muitos sentidos. A desordem pode ser compreendida como um estado necessário para a transformação e o renascimento.
Ora, a destruição do antigo pode dar lugar à criação de algo novo e melhor. Quando começamos as reformas podemos nos assustar com a quantidade de lixo e poeira e também passamos a lidar com os desafios e obstáculos surgidos com as mudanças estruturais. No entanto, é importante considerar que as reformas são, sim, fonte de oportunidades para o crescimento pessoal e profissional.
A ordem excessiva pode levar à estagnação, enquanto o caos excessivo pode gerar ansiedade e desespero. O que você considera valioso no caos? Certamente o barulho, as despesas, a desestrutura e a desordem não são positivos em si mesmos, mas precisamos considerar os efeitos permanentes, que são positivos.
Nem sempre caos quer dizer algo negativo.
A Teoria do Caos afirma que há um padrão de organização até mesmo dentro de um fenômeno desorganizado, ou seja, dentro de uma aparente casualidade. Portanto, se hoje você olha assustado para a desordem em sua história, por ver as coisas fora do eixo e desorganizadas, reflita sobre as possibilidades que este caos pode criar. Antes de mais nada, considere sua responsabilidade neste caos: muitas vezes bagunçamos nossas vidas por decisões errôneas, atitudes precipitadas e por falar demais.
O caos pode nos levar a refletir sobre a necessidade de sermos mais prudentes e sábios. Talvez, os outros sejam a causa do nosso caos. A traição e a injustiça não são positivas em si mesmas, mas podem ajudar a refletir sobre a necessidade de construir relacionamentos menos tóxicos e poluídos.
No meio do caos podemos descobrir até mesmo o mistério de um Deus que é capaz de fazer novas todas as coisas. Aliás, o maior caos da humanidade pode ser percebido num carpinteiro nazareno, que andou entre nós fazendo o bem e foi colocado injustamente numa cruz. Mas a cruz, este emblemático símbolo, tornou-se tão importante que até hoje quando a vemos, lembramos do amor de Deus pela humanidade. Pense nisso…
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