A falta de alternativas em curto prazo para se diminuir a pressão causada pelos compromissos não quitados desperta os políticos brasileiros para a busca de soluções
Por abrigar uma população cada vez mais endividada, devido a diferentes fatores, o Brasil se tornou um país vulnerável financeiramente, acima da média mundial. E, pelo que demonstram os especialistas em finanças, em curto prazo não se vislumbra uma reversão do quadro, devido à incerteza da política econômica oficial. Com o crédito caro, inflação persistente e baixo índice de poupança, quase 80% das famílias enfrentam, hoje, algum grau de endividamento.
Entre a população adulta, 43,1% têm o nome negativado, ou seja, quando uma dívida não é paga dentro do prazo. Em agosto último, eram 71,7 milhões de pessoas nesta situação. O número cresceu 9,2% em relação ao mesmo período de 2024 e consolidou um novo recorde histórico, de acordo com levantamento da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas, em parceria com o Serviço de Proteção ao Crédito. Na comparação mês a mês, o total de inadimplentes subiu 0,71% de julho para agosto e mostrou que o problema se agrava de forma contínua.
Os dados oficiais atestam que o endividamento alcançou 78,8% das famílias, o maior percentual desde novembro de 2022, e, 30,4% delas estavam com dívidas em atraso. Em 2018, eram 60,3% das famílias endividadas, um aumento de quase 20 pontos percentuais em sete anos, como aponta Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor, da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo.
Solução politica
Por anos, tentativas isoladas para frear a inflação fracassaram, agravando o endividamento nacional. Diante desse cenário, cresce a preocupação de setores políticos. No Senado, discute-se a obrigatoriedade da educação financeira nas escolas, por meio do PL 5.950/2023, que propõe incluir administração financeira no currículo da educação básica.
O senador Izalci Lucas, autor do projeto, defende o ensino de educação financeira para evitar endividamento e a ausência de planejamento financeiro nas famílias. O relator Wellington Fagundes reforça a urgência do tema, incluindo também empreendedorismo e educação cívica ao currículo, para formar cidadãos mais preparados e conscientes sobre finanças. (Com informações do Senado Federal).
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