Cerca de 200 mulheres podem ter sido aliciadas pelo grupo, incluindo menores de idade. Além de Goiás, prisões foram realizadas em outros três estados
O grupo investigado por tráfico internacional de mulheres e exploração sexual escolhia as vítimas por meio de fotos nas redes sociais. As informações foram repassadas pela Polícia Federal.
Segundo a corporação, as vítimas eram selecionadas via internet com ofertas falsas de emprego. Ao todo, oito mandados de prisão foram cumpridos em diferentes cidades do Brasil, e dois em Goiás.
A investigação estima que, pelo menos, 200 mulheres já tenham sido aliciadas com o golpe, entre elas menores de idade.
Passo a passo
Depois da abordagem pelas redes sociais, os suspeitos ganhavam a confiança das vítimas tratadas como ‘clientes’. Suspeitos também se ofereciam para fazer ensaios fotográficos até o momento em que ofertavam empregos, quando as vítimas eram aliciadas.
O grupo agia em outros países além do Brasil. Até o momento, seis pessoas foram presas em território nacional. Além de Goiás, buscas foram realizadas em São Paulo, Paraná e Mato Grosso. No exterior, duas pessoas foram presas, sendo uma em Portugal e outra na Espanha.
Os nomes dos investigados são mantidos em sigilo durante o processo, conforme informou a PF. A investigação deve ouvir 20 pessoas durante esta semana, entre vítimas e testemunhas.
Investigação
A rede criminosa para o tráfico de mulheres, alvo da Operação Harem BR, foi descoberta após outra investigação, a Nascostos, em 2019, que identificou compras de passagens aéreas feitas pelos estelionatários com cartões de crédito clonados.
O grupo criminoso já promoveu exploração sexual no Brasil, Paraguai, Bolívia, Estados Unidos, Catar e Austrália, conforme apurado pela polícia.
São investigados os crimes de tráfico de mulheres para fins de exploração sexual, uso de documento falso, favorecimento da prostituição ou outra forma de exploração sexual de criança ou adolescente ou de vulnerável e rufianismo.
De forma geral, a Justiça Federal expediu nove mandados de busca e apreensão e oito de prisão preventiva. Cinco alvos de mandados de prisão foram incluídos na lista da Interpol por estarem em outros países, como Paraguai, Estados Unidos, Espanha, Portugal e Austrália.