As pessoas andam sozinhas. Andam em bandos, riem alto, vivem intensamente. O mundo é cada vez menor o que nos torna maiores. O homem é cada vez mais dono do mundo que habita. O ser humano é grande, possante, poderoso e anda em grandes grupos. Nos reunimos, rimos, somos, vemos, vivemos. Mas nós, as pessoas, andam sozinhas dentro de si mesmas. Como que isoladas.
E estamos cada vez mais acostumados a viver assim. Nem percebemos isto, mas enquanto um lado de nós grita por amor, companhia, algo além das coisas apressadas e violentas do mundo de hoje, há um outro lado que nos empurra com facilidade para o costume da solidão.
A competição da vida nos afasta das certezas pessoais. Das felicidades pessoais.
Amor. As pessoas querem amar. Gostam de amar e de sentir a capacidade que nelas existe de amar alguém. Ser amado é muito mais fácil do que se sentir despertado a amar e cuidar de alguém. Mesmo assim as pessoas vivem em grandes rodas, mas se fecham em si mesmas.
Estes dias encontrei com uma inimiga minha. Errei, não. E nem você leu errado. Inimiga. Alguém cujas pessoas sempre disseram que nós nos odiávamos, muito embora nós, talvez, não nos esconjurássemos tanto assim. Ela, bem jovem, vem conseguindo tudo, pelo menos eu vejo isto. Está subindo os degraus do sucesso profissional que ela escolheu. Linda ela, lindo isto. Mas anda um pouco angustiada, procurando o amor. Eu diria até muito. O amor despertado dentro dela, a capacidade que ela congelou em amar alguém. Ela quer derreter este amor e fazê-lo vivo e quente novamente. Busca a serena felicidade. Não a felicidade eufórica, mas aquela felicidade que lhe faz dormir bem, acordar melhor. Isto lhe falta.
Mas e se o amor lhe aparecer, e se a verdade se deslindar sob a forma do amor que ela tanto busca? Estaria ela pronta para recebê-lo sem medo com a coragem que lhe apraz para o amor? Ou viveria a confusão mental de não saber o que fazer, agora, que algo se mexeu lá dentro e tocou no altar secreto do amor?
Minha inimiga, vendo-a nesta forma, pode não estar pronta, com coragem suficiente para o amor. Porque está focada demais na vida profissional? Pode ser. Porque vive mais o medo de se frustrar do que arriscar a viver algo especial? Certamente. A vida, como a vivemos hoje, nos põe medo, medo de nos abrir, de sermos humanos, medo de amar.
E amar é arriscar até o fim.
As pessoas andam sozinhas. E, às vezes, vejo que as pessoas em geral têm cada mais medo de deixarem de ser sozinhas e sorrir de volta quando uma mínima chance de se amar acena a elas. E o que o você preferiria: ter razão ou ser feliz?
Este artigo é sobre todo mundo. E sobre você, corajosa como o amor.
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