“Dinheiro não traz felicidade” é uma frase bastante comum e, até certo ponto, verdadeira. Ter bens materiais não é garantia de uma vida plena e feliz. De outro lado, a falta de recursos leva a dificuldades que ultrapassam os limites da nossa imaginação. Lembro-me da minha primeira viagem à África, quando me deparei com a cena chocante de crianças que se alimentavam de biscoitos feitos de terra misturadas a um pouco de óleo de côco. E, ainda, com o relato de missionários preocupados com o final da temporada de mangas por ser este o único alimento disponível.
A extrema pobreza tira das pessoas o mínimo necessário para garantir a dignidade humana e somente com recursos financeiros é possível minimizar o sofrimento dos menos favorecidos. Por isso, costumo dizer que dinheiro é um assunto altamente espiritual e que deve ser tema de artigos e ministrações ao povo de Deus. Não apenas no que se refere ao dízimo e às ofertas e ao sustento de missões, mas também sobre como nós, cristãos, devemos usar e aplicar os recursos que são frutos do nosso trabalho. Seja em tempos de fartura ou de privação, precisamos estar atentos às nossas finanças.
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A história de José – filho de Jacó que foi vendido como escravo e se tornou governador do Egito – traz uma das lições mais importantes para a vida financeira de qualquer pessoa: em tempos de abundância, poupe para que não falte nos dias de necessidade. É certo que, em meio a uma crise econômica, falar em poupar pode ser um pouco mais complicado. Mesmo assim, qualquer valor que se deixa de gastar pode ser essencial no futuro, seja ele próximo ou um pouco mais distante.
O uso racional e controlado do que se ganha é o primeiro passo para a tão desejada tranquilidade nessa área. Para tanto, a Bíblia nos dá orientações que levam a uma vida financeira saudável:
- 1) esforce-se para quitar todas as suas dívidas – “Paguem todas as suas dívidas, exceto a dívida do amor aos outros; nunca terminem de pagá-la!” (Rm 13:8);
- 2) faça suas despesas de acordo com o seu orçamento – “Devemos fazer nossos planos, confiando na direção que Deus nos dá” (Pv 16:9);
- 3) não compre algo apenas por vaidade – “Não sejam egoístas; não vivam para causar uma boa impressão aos outros. Sejam humildes” (Fp 2:3);
- 4) poupe – “Tome uma lição com as formigas….elas não deixam de trabalhar durante o verão inteiro, juntando comida para o inverno” (Pv 6:6-8);
- 5) seja fiel nos dízimos e nas ofertas – “Cada um contribua segundo tiver proposto no coração, não com tristeza ou por necessidade; porque Deus ama a quem dá com alegria” (2 Co 9:7);
- 6) na dificuldade ou na prosperidade, confie na providência divina – “E meu Deus, segundo a sua riqueza em glória, há de suprir em Cristo Jesus, cada uma de vossas necessidades” (Fp 4:19);
- 7) ajude aqueles que têm menos que você –“Quando você ajuda os pobres está emprestando para o Senhor – e ele lhe pagará juros maravilhosos do empréstimo que você fez!” (Pv 19:17);
- 8) seja um bom profissional e faça jus ao salário que recebe – “Trabalhem alegremente e com ardor, como se estivessem trabalhando para Cristo, fazendo a vontade de Deus de todo o coração” (Ef 6:7);
- 9) faça investimentos de valor eterno – “Mas ajuntai tesouros no céu, onde nem a traça nem a ferrugem consomem, e onde os ladrões não minam nem roubam” (Mt 6:20);
- 10) seja grato – “Sejam sempre agradecidos, haja o que houver, porque esta é a vontade de Deus para com vocês que pertencem a Cristo Jesus” (1 Ts 5:18).
Mesmo não sendo fácil, tudo isso é plenamente possível de ser realizado. Dê o primeiro passo: faça um propósito consigo mesmo e sua família e comece hoje ainda. Certamente, com a ajuda de Deus, num futuro próximo você colherá os frutos dessa sábia decisão.