O recente episódio envolvendo o boicote às carnes brasileiras pelo Carrefour na França gerou forte reação no Brasil. A controvérsia surgiu quando o CEO Alexandre Bompard prometeu não vender carnes do Mercosul na França, citando preocupações com qualidade e normas.
Essa declaração provocou indignação entre produtores brasileiros e o governo, levando a um boicote ao Carrefour no Brasil. Associações do setor pecuário divulgaram um manifesto de repúdio, enquanto o governo expressou descontentamento com o questionamento da qualidade da carne brasileira.
A situação foi contornada após um pedido de desculpas do Carrefour, que reconheceu a qualidade da carne brasileira e afirmou que a decisão não afetaria as relações comerciais com o Brasil.
Casos de racismo
O Carrefour enfrentou diversos casos de racismo no Brasil. O mais notório ocorreu em 2020, quando João Alberto Silveira Freitas foi espancado até a morte por seguranças em Porto Alegre. O incidente gerou protestos e levou a empresa a assinar um Termo de Ajustamento de Conduta, comprometendo-se a investir R$ 115 milhões em políticas antirracistas.
Outros casos incluem a agressão a Januário Alves de Santana em 2009 e o ataque a Luís Carlos Gomes em 2018, ambos envolvendo acusações infundadas e violência por parte de seguranças.
A empresa também enfrentou acusações de violações trabalhistas. Em 2019, foi condenada por controlar excessivamente as idas dos funcionários ao banheiro. Em 2017, houve denúncias de retaliação contra funcionários que reivindicavam direitos trabalhistas.
Maus-tratos a animais
O caso do cão Manchinha em 2018 gerou forte comoção. O animal, que vivia nas proximidades de uma loja em Osasco, foi agredido por um segurança e morreu. O incidente levou à criação de um monumento em homenagem ao cão e impulsionou discussões sobre direitos dos animais.
Outros casos polêmicos incluem o tratamento inadequado dado ao corpo de um funcionário que faleceu durante o expediente em Recife, em 2020, e uma denúncia de discriminação racial feita pelo marido de uma atleta olímpica em 2023.
Essas controvérsias destacam os desafios enfrentados pelo Carrefour no Brasil, abrangendo questões de discriminação racial, direitos trabalhistas, bem-estar animal e ética empresarial. A empresa tem buscado responder a essas crises com medidas corretivas e compromissos de mudança, mas continua enfrentando escrutínio público e desafios em sua operação no país. (Por Vander Lúcio Barbosa – @vanderlucio.jornalista)
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