A maior carência do homem brutalizado e esquecido no mundo contemporâneo é o amor. Amor significa interesse pelo próximo. Interesse em não apenas olhar, mas enxergar; não apenas escutar, mas ouvir e socorrer o outro. Esta demonstração de amor passa pelo toque, pois se nosso modelo de amor é Jesus devemos seguir seus exemplos e Ele tocava as pessoas: ele abraçou e pôs no colo, tocou os doentes e abençoou, impôs as mãos e socorreu. Jesus também se deixou tocar em várias situações: pela mulher que tinha fluxo de sangue, por outra que lhe derramou nardo puro nos pés e até por quem duvidou de sua ressurreição.
Sobretudo, Cristo nos mostrou que amor é feito de atitudes concretas que devemos tomar em favor dos outros. Este exemplo nos chega através da igreja de Jerusalém, onde os irmãos tinham tudo em comum de modo a suprir as necessidades de todos, a tal ponto de não existir entre eles um só indigente, um só mendigo.
Isto implica numa mensagem: a de nos posicionarmos ao lado dos miseráveis e de repartirmos tanto o nosso “muito” quanto o nosso “pouco” com aqueles que nada têm. João em sua primeira carta nos diz: “Ora, aquele que possui recursos deste mundo e vir seu irmão padecer necessidade e fechar-lhe o coração, como pode permanecer nele o amor de Deus?” (I João 3:17). É sob esta visão que temos norteado o ministério e projetado a Missão Vida.
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Assim, pois, a mesma motivação que nos leva a falar do amor de Jesus deve desafiar-nos a por a “mão na massa”, no bolso e contribuir efetivamente com os menos favorecidos. João nos advertiu ainda a não amar somente de palavras, mas de fato e de verdade. As discrepâncias políticas e as distâncias sociais que marcam nosso tempo não devem servir de pretexto para alimentar o caos social.
Se não aprendermos a repartir, não estaremos obedecendo os mandamentos de Jesus e não seremos exemplo para ninguém. Não somaremos, não faremos diferença e não ofereceremos alternativas para o homem do século XXI. A vida de Cristo não circula em um corpo inerte, morto e indiferente. Precisamos de atitudes práticas que demonstrem amor aos pecadores, que sejam veículos de transformação. Fazendo isto, não haverá dúvida de somos verdadeiros discípulos de Jesus, capazes de servir, socorrer e aliviar a dor.
Cristo está onde há gente pronta para servir. Ele mesmo disse o propósito do amar e do servir: “Nisto conhecereis que sois meus discípulos: se tiverdes amor uns aos outros” (João 13:35).