“Todo homem é culpado do bem que não fez”. Essa frase do filósofo e poeta francês Voltaire me fez refletir sobre nosso papel não apenas como cidadãos, mas principalmente como cristãos, diante das mazelas que afligem a humanidade. Quando o bom samaritano se preocupou e cuidou do homem ferido à beira do caminho, permitiu-se ser útil. Acredito, sinceramente, que ele não pensou em eximir-se da culpa pela omissão ou em figurar na história como um benfeitor. Ao mesmo tempo, imagino que aqueles que se furtaram a fazer o que estava a seu alcance, levaram consigo a imagem da dor daquele moribundo e, cedo ou tarde, aquilo certamente retornou às suas mentes.
Somos culpados do bem que não fazemos? Se essa atitude estiver dentro das nossas possibilidades, creio que sim. Somos responsáveis por nossas atitudes, sejam elas boas ou más. Deus nos concedeu o livre arbítrio para que pudéssemos fazer escolhas e tais opções têm reflexos nas nossas vidas e na vida daqueles que nos cercam ou que, em algum momento, passam pelo nosso caminho.
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Fazer o bem gera consequências, assim como a omissão ante a um gesto de solidariedade possível. A Bíblia diz, em Salmos 41.1-2: “Bem-aventurado o que acode ao necessitado; o Senhor o livra no dia do mal. O Senhor o protege, preserva-lhe a vida e o faz feliz na terra; não o entrega à discrição dos seus inimigos”. É uma promessa de Deus para os solidários e bondosos de coração. Precisamos estar atentos ao fato de que nossas atitudes podem gerar transformações, mas devem ser feitas com os olhos voltados para o próximo e não para os benefícios pessoais que porventura possamos obter. Exercer a solidariedade é um privilégio e a possibilidade de abençoar alguém por si só deve nos bastar, pois o verdadeiro amor e a generosidade mais pura provêm daqueles que os praticam com altruísmo e desprendimento.
Que Deus nos abençoe e nos dê sabedoria para nos colocarmos sempre à disposição dEle como instrumentos para abençoar e servir!