A avaliação é do deputado federal Rubens Otoni (PT). Em entrevista ao CONTEXTO, o parlamentar comentou o cenário político eleitoral de 2022
O deputado federal Rubens Otoni, uma das principais lideranças do Partido dos Trabalhadores em Goiás, afirmou que estão fluindo bem as conversas entre o PT, o PSB, o PC do B e o PV, com vistas à formação de uma federação de partidos, já para as eleições desse ano.
Em entrevista ao CONTEXTO, Rubens Otoni reconheceu, entretanto, que não é uma negociação fácil, haja visto que a federação – uma das novidades na legislação eleitoral – é um processo diferente de uma aliança, pois os interesses das legendas envolvidas terão de ficar unidos num período de quatro anos, pelo menos.
A Justiça Eleitoral, inclusive, ampliou o prazo para a criação das federações partidárias, que venceria agora no dia 1º de março, para o dia 31 de maio. Com isso, os partidos ganham mais tempo para fazerem as tratativas e, se for o caso, cumprirem os prazos da legislação para registrarem a federação.
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Com o avanço do projeto de Lula para consolidar a candidatura à Presidência da República, o deputado petista avalia que a federação seria um bom caminho para fortalecer o palanque em Goiás e, ao mesmo tempo, construir uma chapa proporcional forte. Rubens Otoni destaca que mantém o seu projeto de buscar a reeleição para o cargo. E, conforme disse, pesará a seu favor o fato da capilaridade que tem o seu mandato em quase todos os municípios de Goiás.

Assim, o parlamentar estará se desdobrando, este ano, para tocar o seu projeto e no apoio ao projeto nacional do partido, que é disputar e vencer as eleições em outubro. Em relação à sucessão estadual, o deputado pontua: “somos oposição [ao governo Caiado] e é natural, dessa forma, que a gente tenha uma candidatura”. O PT, inclusive, já anunciou o nome do ex-reitor da PUC-GO, o professor Wolmir Amado. Mas, segundo Rubens Otoni, outros nomes podem surgir. O que é natural no processo, mesmo, considerando as conversações que ocorrem com os outros partidos de esquerda dentro da proposta da federação.
Lula e Alckmin
Questionado sobre a aproximação de Lula com o ex-governador de São Paulo, Geraldo Alckmin – que era do PSDB, tradicional adversário do PT – o deputado Rubens Otoni enxerga essa aproximação como uma sinalização de Lula “com segmentos diferentes do PT”. E, na sua avaliação, essa sinalização não é, apenas, para que se possa obter um resultado positivo nas urnas, mas para construir uma força maior para “fazer as mudanças que precisam ser feitas no Brasil”. Otoni considera que, hoje, Lula é um nome que tem uma relação positiva, ou seja, de aceitação no mercado, no meio internacional e, claro, também no cenário nacional.
“É um nome que tem diálogo e tem compromisso com a democracia”, frisa o petista, acrescentando que o país precisa de “virar essa página de intolerância, de preconceito e de ódio”. Para Rubens Otoni, o atual governo [do presidente Bolsonaro] “tem cada vez mais dificuldades em apresentar as soluções que o Brasil precisa e a sociedade está percebendo isso”. Conforme assinala, essa manifestação da sociedade brasileira está expressa nas pesquisas de opinião do eleitorado, que ora colocam Lula como o primeiro colocado nas intenções de votos para Presidente, inclusive, em alguns levantamentos, com possibilidade de eventual vitória em primeiro turno.