Sobre críticas, Ministério chamou, em nota, moradores de ‘maconheiros’ e disse que a opinião deles ‘não tem relevância’
Da Redação
No último sábado (10) o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, sobrevoou a área incendiada do Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros. A visita aconteceu duas semanas depois do início do incêndio na região. Nas redes sociais, ele declarou que estava na “linha de frente” nas ações desenvolvidas para extinção das chamas, que já consumiram mais de 67 mil hectares de vegetação.
“Estamos aqui, na linha de frente com os brigadistas do Ibama, ICMBio e Bombeiros no combate na Chapada dos Veadeiros”, escreveu.
Acontece que, ao perceberem a visita de Salles, moradores da região protestaram, colocando plaquinhas pelas ruas de Alto Paraíso com as escritas: “fora Salles”. Segundo uma das moradoras, que não quis se identificar, o ministro chegou à região após semanas de incêndio, se “gabando” do trabalho realizado por brigadistas que, em muitos casos, são voluntários.
“Nós tivemos que fazer rifas, porque não temos verbas, para comprar lanches, combustível para transporte, para dar apoio para quem estava atuando no combate. Montamos pontos de apoio, sem estrutura, só com a mobilização de doações. Agora o ministro chega quando o fogo já estava praticamente extinto, se gabando do trabalho”, disse.
Outra situação que causou revolta em parte dos moradores é a utilização de um “retardante de fogo”. O produto, segundo especialistas, pode afetar mais ainda a fauna e a flora do local.
Sobre as críticas, a assessoria do Ministério do Meio Ambiente publicou uma nota chamando os moradores de Alto Paraíso de “maconheiros” e disse que a opinião deles “não tem relevância”.
Destruição
O fogo teve início no dia 25 de setembro, em uma propriedade rural no município de Cavalcante, no interior da Área de Proteção Ambienta (APA)l do Pouso Alto.
Conforme a corporação, a maioria dos focos foram extintos, tanto no Parque Nacional quanto nas suas imediações, na Área de Proteção Ambiental Pouso Alto. No Setor Serra do Ministro, permanecem ações de controle de alguns focos remanescentes.
Os bombeiros ressaltaram que o risco de fogo para região ainda é crítico e, por isso, as equipes permanecem mobilizadas no local.
Dos 67 mil hectares destruídos, 22 mil são no interior do Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros, o que corresponde a 9% de sua área total. Já 51 mil são na APA Pouso Alto, o que corresponde a aproximadamente 6% da Unidade de Conservação.
Com informações do G1