Nós, motoristas (ou condutores) brasileiros, cometemos várias infrações no trânsito a toda hora: é direção acima da velocidade permitida no local; é buzina sem razão; é troca de faixa sem ligar a seta; é falar (ou teclar) no celular; é ultrapassagem pela direita; é, estacionamento em fila dupla e outras infrações corriqueiras. Se nós cometêssemos, somente, dez infrações diárias e, em média, dirigimos 200 dias por ano, totalizaríamos 2.000 infrações anuais por condutor.
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Todavia, na média, cada condutor brasileiro recebe duas multas por ano. Isso significa que, a cada mil erros (sendo bem generosos), somente um é punido. Ou seja, a taxa de punição do que se convencionou chamar “indústria da multa” seria de 0,1%.
Além disso, nem todas as multas são pagas. Assim, a verdadeira relação entre infrações de trânsito e multas pagas seria ainda menor. Se existisse, de fato, a chamada “indústria da multa”, não haveria déficit público no Brasil. Bastaria colocar agentes de trânsito nas esquinas para multarem a todos os carros e suspenderem-se as carteiras de motoristas infratores. Depois, seria, só, colocar, empresas de cobrança atrás dos devedores. Assim sendo, o problema está em nós, os condutores e, não, na sinalização. Gostemos, ou não.