O IPCA-15 mede a inflação na capital, mas o indicador reflete o que a população de Anápolis e de outras cidades goianas também sente. E o pior, sente no bolso! Um dos principais vilões da inflação continua sendo o preço dos combustíveis.
Em setembro, Goiânia registrou variação mensal de 0,93% no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 – IPCA-15 (diferente do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo – IPCA apenas no período de coleta), a oitava taxa positiva do ano, que já chegou a atingir 1,40% em março.
Com isso, o acumulado no ano vai a 6,99% e o acumulado dos últimos 12 meses vai a 10,48%, como apontam os dados divulgados hoje (24) pelo IBGE.
No Brasil, puxado pelo aumento no grupo dos Transportes, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) foi de 1,14% em setembro, maior resultado para o mês desde o início do Plano Real, em 1994, quando ficou em 1,63%.
Além disso, o resultado deste mês é o maior da série histórica desde fevereiro de 2016 (1,42%).
No ano, o indicador acumula alta de 7,02%, e nos últimos 12 meses já ultrapassa os dois dígitos (10,05%).
Combustíveis
Entre os itens com mais peso na cesta de compras das famílias com rendimentos entre 1 e 40 salários-mínimos estão veículo próprio, que subiu 1,20% em setembro; combustíveis de veículos com alta de 0,80%; alimentação fora do domicílio, 1,03%; carnes, 1,92%; e energia elétrica residencial, 3,01%.
Destacam-se os combustíveis, que já acumulam 34,46% de alta no ano e 41,29% nos últimos doze meses.
Entre eles, a gasolina subiu 0,61% nesta prévia de setembro, acumulando 32,90% no ano e 38,38% nos últimos doze meses.
O etanol subiu 1,78% no mês, acumulando 43,80% no ano e 59,38% nos últimos doze meses. Por fim, o óleo diesel avançou 0,54% em setembro, acumulando 28,84% no ano e 32,63% nos últimos 12 meses.
De 9 grupos pesquisados, 3 tiveram alta
A análise por grupos mostra que, dos nove pesquisados, seis apresentaram alta na prévia da inflação de setembro em Goiânia.
A maior alta no mês, ocorreu no grupo Alimentação e bebidas, que alcançou sua sétima alta consecutiva (1,69%), e já acumula 6,71% em 2021 e 14,95% nos últimos 12 meses.
A elevação nos preços foi pressionada principalmente pelos subitens refeição (1,55%), contrafilé (3,67%), lanche (0,62%), arroz (1,00%), pão francês (1,91%), leite longa vida (3,33%) e frango em pedaços (5,34%).
Na sequência vem o grupo dos Transportes com 15 meses sem quedas nos seus preços, destaque para a passagem aérea, que subiu 28,85% em setembro e já acumula alta de 75,42% nos últimos 12 meses.
O item transporte público também teve alta (5,10%), elevando o acumulado nos últimos 12 meses a 11,82%.
O grupo de Habitação atingiu sua sétima alta em 2021 (1,23%), puxada mais uma vez pelas altas no gás de botijão (3,70%), que só em 2021 já subiu 29,51% e acumula alta de 37,41% nos últimos 12 meses; e na energia elétrica (3,01%), que acumula alta de 9,33% no ano e de 17,59% nos últimos 12 meses.
Para fechar os grupos que pressionaram o crescimento na prévia da inflação de setembro em Goiânia estão Saúde e cuidados pessoais (0,74%); Artigos de residência (0,59%); e Despesas pessoais (0,06%).
Já entre os grupos que apresentaram queda no mês, o destaque foi para o grupo Vestuário (- 0,30%), que cai pela terceira vez no ano, sendo a segunda consecutiva, devido à redução nos preços da roupa feminina (-1,64%), joias e bijuterias (-0,95%) e calçados e acessórios (-0,79%).
Foram registradas quedas também nos grupos de Educação (-0,10%) e Comunicação (-0,10%).
Sobre o IPCA-15
O Sistema Nacional de Índices de Preços ao Consumidor (SNIPC) produz contínua e sistematicamente índices de preços ao consumidor. Com divulgação na internet iniciada em maio de 2000, o IPCA-15 difere do IPCA apenas no período de coleta, que abrange, em geral, do dia 16 do mês anterior ao 15 do mês de referência, e na abrangência geográfica.
Atualmente a população-objetivo do IPCA-15 abrange as famílias com rendimentos de 1 a 40 salários-mínimos, qualquer que seja a fonte, residentes em 11 áreas urbanas das regiões de abrangência do SNIPC, as quais são: regiões metropolitanas de Belém, Fortaleza, Recife, Salvador, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, São Paulo, Curitiba, Porto Alegre, além do Distrito Federal e do município de Goiânia.