A que ponto se chegou neste País… Já quase no final da jornada, cidadão que teve o direito de receber a vacina contra a covid-19, além de aguardar, ansiosamente, enfrentar um cadastramento quilométrico e ficar em filas, quase sempre, em situação desconfortável, ainda tem de levar alguém para filmar antes, durante e, depois da vacinação. Ou seja: grau de confiabilidade no sistema, zero. Zero mesmo. E, com razão.
Por todo o Brasil pipocam casos de pessoas que foram, covarde e criminosamente, enganadas, sabe-se lá por que motivos, quando compareceram para receberem a tão sonhada vacina. O olhar atento de amigos e parentes garantiu que muitos tivessem a reparação em cima da hora e as vacinadoras, constrangidas, saíram com todo tipo de desculpas. Uma disse que a seringa estava estragada. A perícia provou que não estava. Outra disse que estava esgotada, estressada e não viu direito se aplicou, ou, não, o imunizante. Outras tantas saíram com desculpas tão, ou mais, esfarrapadas do que estas.
Mas, o problema é muito maior do que se possa imaginar. Ninguém garante que foram fatos isolados. Quantas outras pessoas que não filmaram, ou, fotografaram e, nem mesmo, tinham acompanhantes atentos para cobrarem a aplicação devida? Alguém poderia afirmar, com certeza que foram, apenas, os casos mostrados na mídia, ou “o buraco é mais embaixo”, ou seja, muitas outras doses não teriam sido destinadas corretamente. Pelo menos nas pessoas que se encontravam na fila, cadastradas.
Sem nenhuma teoria conspiratória, quem garante que estas doses não aplicadas nas pessoas certas foram parar nos braços de outras que não estavam relacionadas? E, isto, teria sido por camaradagem, por amizade, ou teria “rolado” algum agrado para quem deu “o golpe da vacina”. Este assunto precisa ser levado mais a sério. A solução, apressada que encontraram, foi afastar as servidoras. Mas, é preciso ir mais fundo. Elas teriam feito isso por conta própria, ou, foram orientadas a não aplicarem a vacina, para que outras pessoas se beneficiassem da manobra?
A zelosa Justiça Brasileira estaria na obrigação de esclarecer o assunto. Por vários motivos. Vai que um desses enganados contraia (se já não contraiu) a covid-19? Vão dizer, então, que a vacina não fez efeito. Daí, a credibilidade da campanha vai por água abaixo. Sem se levar em consideração a falta de respeito para com pessoas idosas, muitas delas indefesas, inocentes e que fazem parte da chamada “massa de manobra”. Nesse mato tem coelho. E, se brincar, outros bichos também…