A pandemia da covid-19 interrompeu o acesso a exames eletivos para diagnóstico em função do controle da propagação do câncer. A queda das consultas de rotina pode levar a uma explosão de casos da doença nos próximos anos. De acordo com a Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica, desde abril deste ano, mais de 50 mil brasileiros ficaram sem acesso ao diagnóstico e/ou tratamento para o câncer.
A SBOC conduziu uma pesquisa nacional entre seus associados que identificou que 74% dos participantes tiveram um, ou mais, paciente com tratamentos interrompidos ou adiados por mais de um mês, em decorrência dos riscos de infecção pelo novo coronavírus. Segundo números do SUS, pacientes que iniciaram tratamento oncológico diminuíram em cerca de 30%.
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O tipo de câncer mais comum entre homens é o de próstata, que representa quase 1/3 dos casos. A previsão é de mais de 65 mil novos casos de câncer de próstata por ano. A segunda maior incidência é de câncer colorretal. Durante a pandemia, houve queda de 38,22% na realização de biópsias; 35,85% nas colonoscopias; e 29,04% a menos exames de PSA, fundamental para detectar o câncer de próstata em tempo hábil para tratamento.
O câncer mais frequente em mulheres no país é o de mama (66,3 mil casos em 2020), que requer a mamografia como forma de prevenção e diagnóstico. No entanto, as mamografias de rastreamento caíram 49,8%, enquanto as de diagnóstico apresentaram redução de 27,2% em todo o sistema público de saúde.