Costumo dizer que todos nós estamos em uma fila invisível, com um número de senha que não nos é informado e com a certeza de que, a qualquer momento, nosso Criador e Pai pode chamar-nos de volta para nossa verdadeira casa.
A morte não nos pertence e é algo que jamais seremos capazes de compreender, pois não fomos feitos para ela. Somos cidadãos dos céus, seres feitos à imagem e semelhança de Deus e, certamente, nossa essência é para vida e não para morte.
A morte rápida e, para muitos, inesperada do missionário Magno e a foto que me enviaram à época de seu falecimento me fizeram refletir muito sobre esse tema. A foto de 2013 retrata-nos assim: eu, um quase moribundo, recém-saído de um coma causado por um erro médico e ainda em processo de reabilitação; e meu querido, culto e garboso amigo Magno, que, ao contrário de mim, esbanjava saúde e mostrava-se corado e saudável.
Rádio, 100 anos no Brasil e uma história que se confunde com Anápolis
Observando a fotografia, todos diriam que eu, provavelmente, bateria primeiro às portas dos céus. No entanto, menos de cinco anos depois daquele registro, Magno foi acometido por esta enfermidade terrível que é o câncer e sua fisionomia dos últimos dias no Hospital de Câncer de Londrina/PR em nada lembrava a elegância que lhe era peculiar. Em alguns meses, o missionário teve sua vida ceifada antes de mim, deixando em nossos corações uma lacuna.
Dizem que não há pessoas insubstituíveis, mas eu discordo completamente dessa máxima popular. Todos são insubstituíveis. As funções e cargos podem ser desempenhados por outros, porém como só existe um Wildo, só existiu um Alexandre Magno Aquino Duarte. Não tenho a intenção de endeusar os mortos porque, como todos os seres humanos, certamente ele tinha defeitos, limitações e problemas, alguns dos quais inclusive só tomei conhecimento depois de sua partida, mas não posso deixar de ressaltar seu grande e inestimável valor.
Não sabemos o que nos espera ao piscar os olhos, ao virar a esquina, ao fazer um check-up médico. Não sabemos quem vai primeiro: se aquele que, hoje, parece moribundo ou se aquele que esbanja saúde e disposição. O que temos é a firme esperança do que nos prometeu Jesus: não nos abandonar, não nos deixar à mercê da própria sorte e, finalmente, a certeza de que vamos viver novamente. Não esta vida breve, cheia de lutas, cânceres e depressões, mas uma vida plena e eterna. Até breve, meu amigo Magno, não sei exatamente quando, mas, certamente, nos encontraremos um dia.