Um dia, seu filho de oito anos ganhou um presente inesperado: 1 dólar americano. Descontada a inflação da época para os dias atuais, era uma pequena fortuna para um menino pobre. Ele voltou pra casa satisfeito e vibrando com o presente. Queria mostrá-lo aos familiares. Ao chegar, encontrou sua irmã mais velha – Meire – dizendo que ía fazer um bolo para distribuir às crianças mais pobres no dia do Natal. Então, aquele menino tomou uma decisão inesperada. Ele deu o dólar que tinha pra que Meire fizesse um bolo maior e, com isso, alcançasse mais crianças.
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Este é um pequeno relato da história do Sr. Mounir Naoum, que saiu do Libano para aportar em terras brasileiras e fixar residência em Anápolis aos 18 anos. Quando despediu-se de seu pai, ouviu dele: “Meu filho, nunca se afaste de Deus e nunca se afaste da igreja.”
Aqui, começando do nada, trabalhou incansavelmente e, com rara habilidade em negociar, estabeleceu o Grupo Naoum. Aos poucos, trouxe os irmãos do Líbano e, juntos, viram o Grupo Naoum florescer e diversificar seus negócios – de usinas de álcool e açúcar até hotéis de cinco estrelas em Brasília.
“Seu Mounir” faleceu dia 26 de Agosto. Estava prestes a completar 95 anos anos e deixou uma biografia surpreendente de sucesso e generosidade. Pai de cinco filhos, 15 netos e 21 bisnetos, tornou-se folclórico na cidade o episódio de muitos pedintes indo à porta de sua casa na hora do almoço para ganhar algum dinheiro. ‘Seu Mounir” procurava atender a todos.
Dono de uma personalidade carismática, ousado nos negócios, com visão e senso de oportunidade, sua biografia desafia jovens empresários e, certamente, se transforma num caso a ser estudado quando pensamos em empreendedorismo. Para aqueles que andaram próximos dele, fica a lição de como o otimismo indestrutível é fundamental.
É quase impossível relatar algum episódio em que ele estivesse desanimado ou desencorajado e, mesmo quando sua empresa enfrentou grandes desafios e crises, já no final da sua vida, ele sempre reafirmava que as coisas íam melhorar.
No final de seus dias, diante da crise da empresa, declarou a uma de suas filhas: “Deus está permitindo que passemos por tudo isto para nos ensinar humildade e para que voltemos para ele.” Apesar da velhice e de toda a prosperidade, ainda foi capaz de demonstrar lampejos profundos de lucidez e sabedoria.
Em seus últimos dias, ficou mais recluso. Recebia poucas visitas de velhos e bons amigos. Dia 26 de Agosto almoçou, deitou-se serenamente e descansou. Dois dias antes, numa conversa com sua filha, cantaram em inglês uma música aprendida na infância: Jesus loves me, this I know (Jesus me ama, disso eu sei) for the Bible tells me so, (Pois a Bíblia assim o diz). See, sometimes I’m lonely but never alone (Às vezes solitário, mas nunca sozinho). Yes, Jesus loves me, for the Bible tells me so. (Sim, Jesus me ama, pois a Bíblia assim me diz)