Por Vander Lúcio Barbosa
O delegado Manoel, responsável por três importantes delegacias em Anápolis (GO), incluindo a especializada de Proteção ao Idoso e ao Deficiente Físico e Mental, lançou um alerta contundente nas redes sociais. Sua mensagem, direcionada às autoridades policiais e outros organismos, denuncia o descaso na aplicação das leis de trânsito e a urgente necessidade de uma abordagem mais rigorosa no combate a esses crimes.
“Um policial que ignora a prática de um crime de trânsito e não prende o bandido; um delegado que arbitra fianças baixas para os crimes de trânsito ou as arbitra mesmo onde a lei não permite; um promotor que ignora a configuração do dolo eventual; uma juíza que sentencia penas baixas e não suspende o direito de dirigir dos motoristas embriagados; uma segurança pública que não prioriza o combate do crime que mais ofende a vida; uma sociedade que continua praticando repetidas vezes e romantiza a embriaguez ao volante: são todos responsáveis pelas tragédias de tantas famílias”, afirma Vanderic.
Números preocupantes
Em 2024, Anápolis registrou 62 mortes no trânsito. Apesar de representar uma redução de 30% em relação a 2023, o número ainda é considerado alarmante. Além das fatalidades, centenas de pessoas sofreram lesões graves, incluindo casos de invalidez permanente.
“São 62 famílias que não terão mais o filho, o pai ou a mãe na mesa. 62 pessoas que não voltaram para casa porque alguém se considera acima da lei e desrespeita uma regra de conduta que é considerada crime no mundo todo”, ressalta o delegado.
Criminalização necessária
Vanderic enfatiza que 99% das colisões no trânsito são criminosas. Ações como avançar o sinal, dirigir após ingerir bebida alcoólica, exceder a velocidade, usar o celular ao volante e ultrapassar em local proibido não são meros acidentes, mas crimes.
“Quem pratica crime é criminoso e como tal deve ser tratado pelo estado, pela sociedade e pela família. É inadmissível que criminosos de trânsito sejam acolhidos como referências de comportamento na comunidade”, declara o delegado.
Para ilustrar a gravidade da situação, Vanderic cita um caso recente ocorrido na BR 414, em Anápolis. Uma vítima, que retornava para casa, teve sua vida drasticamente alterada quando um motorista invadiu a contramão. Além do prejuízo financeiro, a vítima enfrentará meses de internação e fisioterapia.
O delegado conclui com um alerta à população: “Espero que você também não seja vítima destes criminosos. Espero, acima de tudo, que você não seja um destes.”
NOTA DO EDITOR – A manifestação do delegado Manoel Vanderic ressalta a necessidade urgente de uma mudança de postura tanto das autoridades quanto da sociedade em relação aos crimes de trânsito. Sua crítica direta às instituições e profissionais responsáveis pela aplicação da lei evidencia falhas sistêmicas que contribuem para a perpetuação dessas tragédias. A conscientização e a aplicação rigorosa da lei são fundamentais para reduzir o número de mortes e preservar vidas nas estradas e ruas de Anápolis e do Brasil. (Vander Lúcio Barbosa – @vanderlucio.jornalista)
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