José Aurélio Mendes
Um dos autores do projeto de lei teve a vida do sogro perdida há duas semanas depois que um cachorro atravessou na frente do carro
Todo motorista já deve ter se deparado com uma situação em que um animal, seja de pequeno, médio ou grande porte atravessa a rua ou, à noite, na ausência de iluminação adequada, surge na frente do carro.
Muitos não estão mais aqui para contar a história. É o caso do sogro do vereador Alex Martins (PP), de 72 anos, que perdeu a vida depois de atropelar um cão e capotar o carro na BR-060, enquanto voltava para Anápolis. A esposa do idoso, de 66 anos, que também estava no carro sofreu ferimentos leves, mas vai carregar o trauma da perda do marido pelo resto da vida.
O fato trágico o motivou o genro vereador a elaborar um projeto de lei visando dar mais segurança aos motoristas. O número de mortes no perímetro urbano causadas por acidentes de trânsito envolvendo animais não é pequeno. Em média, 12 pessoas perdem a vida nesse tipo de acontecimento anualmente em Anápolis, de acordo com levantamento conjunto do Corpo de Bombeiros, polícias militar, civil e rodoviária, além da CMTT. A maioria, motociclistas que colidem com cães. Mas, também, são registras dos casos de gado em rodovias, colhidos por automóveis de passeio.
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Alex conta com a ajuda da colega vereadora Seliane da SOS (MDB), ao protocolar a proposta na Câmara Municipal de Anápolis. Os dois, através do documento, propõem que seja incluído no calendário da cidade uma campanha de prevenção a acidentes de trânsito com animais. O texto ainda passa por comissões antes de chegar ao plenário. Caso seja aprovado, terá o objetivo de que as atividades aconteçam na semana do dia 10 de agosto. Na justificativa os vereadores lembram que além de colocar em risco a existência do animal, os acidentes causados pelos atropelamentos são responsáveis por ferimentos graves e vítimas fatais.
O projeto sugere que a campanha seja organizada pela Companhia Municipal de Trânsito e Transportes (CMTT) em conjunto com a Secretaria Municipal de Educação, podendo firmar parcerias com associações civis, Conselhos Municipais e outras entidades. Ambos serão responsáveis por promover e incentivar medidas educativas e de conscientização no trânsito e realizar eventos para debater medidas de prevenção e conscientização sobre abandono e atropelamento de animais. Isso seria alcançado por meio de palestras, workshops, mesas redondas e peças teatrais.
O projeto prevê, ainda, punição para quem, de forma negligente, permita que animais transitem em vias públicas, expondo motoristas ao risco de sinistros.