Uma mulher mexicana, chamada Paola Schietekat, de 27 anos, foi condenada a sete anos de prisão e a receber 100 chicotadas, no Qatar, país que vai sediar a Copa do Mundo de Futebol em novembro deste ano. A condenação segue o que determina a lei islâmica vigente naquele país. Paola foi acusada de cometer adultério quando, na verdade, ela fora vítima de um estupro. O homem que a teria abusado sexualmente afirmou, durante um interrogatório frente a frente com a vítima, que eles mantinham um relacionamento extraconjugal. A mulher trabalhava como economista para uma empresa responsável pelas obras de estádios e estruturas para a Copa. Depois de longo processo diplomático, Paola conseguiu voltar ao México, mas continua a responder ao processo no Qatar. Quanto ao estuprador, este foi inocentado, mesmo com a prova de que ele invadira o alojamento onde estava a mulher e a violentara sexualmente.
Mas, embora histórica, a violência contra as mulheres não é especialidade, somente, dos orientais, como divulgam os constantes relatos. No chamado ocidente, ou mundo capitalista, também, elas sofrem todo tipo de violência, seja física; social; emocional; psicológica; financeira, ou, moral. Em todo canto, todos os dias em todos os momentos, são revelados fatos estarrecedores da truculência dos homens contra as mulheres, sejam elas esposas; companheiras; amigas; namoradas; amantes, etc. E, até, desconhecidas. Ainda há (muito) resquício da inexplicável sanha de os homens acharem serem “proprietários” de suas parceiras, de quem exigem fidelidade; subserviência; obediência e, em muitas das vezes, um estado de legítima escravidão.
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O Brasil é pródigo nisso. Vergonhosamente, estamos entre os países onde a violência contra a mulher é escancarada. Isto, nas pequenas, médias e grandes cidades. Nos estados do Sul. do Norte. do Nordeste, do Leste e do Centro Oeste, mulheres têm pagado com a vida, por não se submeterem aos caprichos e à insanidade de seus parceiros. Os casos de feminicídio em Goiás, por exemplo, aumentaram 23% entre 2020 e 2021. A informação é do observatório da Secretaria de Segurança Pública do Estado. Os dados revelam que em Goiás, no ano passado, 54 mulheres foram assassinadas; enquanto que em 2020 esse número foi de 44 vítimas. Ou seja, 10 mulheres a mais tiveram suas vidas e sonhos interrompidos pela violência.
Mas, lamentavelmente, o índice de mulheres assassinadas não foi o único que subiu. Segundo os dados da Secretaria, aumentou, também, a incidência de mulheres que sofreram ameaças no âmbito doméstico. No ano passado, foram 962 casos a mais do que em 2020 (um aumento de, aproximadamente, 6,5%). As autoridades policiais de Goiás registraram, ainda, um crescimento de 17,2% em casos de crimes contra a honra. Quer dizer: foram 1.575 ocorrências mais de mulheres caluniadas, difamadas e injuriadas. Mesmo com esses números gritantes, a Psicologia; a Psiquiatria; a Justiça; o Ministério Público, as autoridades sociológicas e os estudos antropológicos, por mais que evoluam, não têm explicações convincentes sobre este mal inaceitável, este fenômeno social que, falsamente, deixa a entender que o homem seja superior à mulher. Não é. Nunca foi…