Caso teve desdobramentos com a manifestação de pessoas condenando e apoiando a história da mulher
O ex-candidato a prefeito de Anápolis, Valeriano Abreu, utilizou as redes sociais para falar sobre o que considera uma injustiça contra o Pró-Vida de Anápolis, instituição gerenciada pelo padre Luiz Carlos Lodi da Cruz e localizada no Jardim Goiano.
O caso da gestante corre em segredo de Justiça e está sob responsabilidade da Polícia Civil. Abreu defendeu o Pró-Vida e leu uma nota em nome do Padre Lodi. No texto, o padre afirma que a jovem foi muito bem tratada e contradiz a assistente social que a ajudou a sair do lar católico.
A nota do padre também coloca em xeque o Centro de Referência da Mulher, mantido pela Prefeitura de Anápolis, local que recebeu a gestante após as acusações de tortura se tornarem públicas.
O que aconteceu
A jovem, que estava em fase final de gestação, denunciou ter sido transferida do Mato Grosso para o Pró-Vida de Anápolis depois que o marido morreu, vítima de Covid-19.
Abrigada num convento, ela diz ter passado fome, sede, ter o enxoval do bebê cortado ,o cartão de pré-natal rasgado e sido obrigada a limpar um freezer que estava ligado na tomada, como castigo por não ter conseguido fabricar tapetes.
Ela foi eletrocutada pelo eletrodoméstico e ele acabou caindo sobre as pernas dela. por isso, afirma ela, teve que passar por uma consulta médica, onde conseguiu o telefone da assistente social.
Depois disso, conseguiu fugir e permanece acolhida no abrigo de vítimas de violência do município, sendo acompanhada pela Patrulha Maria da Penha. Segundo a prefeitura, a jovem também está em repouso absoluto porque sofreu um sangramento e precisa descansar até a chegada do bebê.
O Centro de Referência da Mulher divulgou nota explicando que o espaço já funciona desde 2018 e oferta serviço de acolhimento institucional para mulheres vítimas de violência doméstica e para seus dependentes, como também alimentação e produtos de higiene pessoal.
A iniciativa garante que essas mulheres tenham todas as necessidades supridas enquanto são mantidas em segurança e longe dos agressores. O período de permanência no local é de 90 dias, podendo ser prorrogado a critério da equipe interdisciplinar.
Contudo, o acompanhamento psicossocial e jurídico é realizado até mesmo após sua saída. A localização da Casa de Acolhimento é sigilosa por motivo de segurança. “A casa de Acolhimento está apenas cumprindo seu papel, enquanto a polícia esclarece os fatos”, diz o documento.