Falar mal do outro, criticar suas atitudes, julgar sua postura, espalhar fofocas e difamar são atitudes usadas ao longo da história como um meio muito eficaz de destruir relacionamentos e manchar a reputação de alguém.
Quando se fala mal de alguém, independentemente da informação ser verdadeira ou simples suposição, não é possível mensurar o alcance ou o dano moral que essa atitude pode gerar. A palavra dita não volta atrás. É como exemplifica a história que ouvi tempos atrás e que jamais vou esquecer. Certo membro de uma igreja local, contrariado com a postura de determinado pastor, começou a falar mal do seu líder todas as vezes que tinha oportunidade. Um pequeno deslize daquele homem era imperdoável e motivo de crítica e comentários públicos por parte daquele senhor. Passados muitos anos e depois de uma proximidade maior entre eles, o pastor ficou gravemente doente e foi hospitalizado. Já mais maduro e convencido de que por vezes tinha sido duro demais e até injusto com seu pastor, aquele homem o procurou no leito do hospital para pedir-lhe desculpas. Muito sábio, o pastor se levantou, apanhou seu travesseiro e foi até a janela do quarto que ficava no terceiro andar. Abriu uma das costuras do travesseiro e espalhou as penas que o enchiam pela janela. Então chamou o homem e disse: “Vê as penas espalhadas pelo vento? Seria impossível apanhar todas de volta, concorda? Eu te perdôo, entretanto, assim como é impossível recolher todas as penas retiradas dos travesseiro e levadas pelo vento, jamais saberemos a dimensão e os danos que suas palavras causaram a mim.”
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José, esposo de Maria, mãe de Jesus, é um ótimo exemplo de como devemos proceder diante de uma situação que nos constrange ou com a qual não concordamos ou não sabemos como lidar. Veja o que diz a Bíblia em Mateus 1:19: “José, seu esposo, que era homem de bem, não querendo difamá-la, resolveu deixá-la secretamente”. José tinha tudo para falar mal de Maria e destruir sua imagem. Por um breve instante, coloque-se em seu lugar. Em uma época extremamente rígida, sua noiva o comunica que está grávida e acrescenta que foi por obra do Espírito Santo. Por mais crédulo que eu e você sejamos, certamente não acreditaríamos nisso. Talvez, em uma atitude de defesa, José saísse espalhando aos quatro ventos a história, levado pelo medo de ser acusado de ter engravidado Maria antes do casamento, o que, para os padrões da época, era um verdadeiro escândalo. José, ao contrário, em uma atitude honrada e para não causar estragos à reputação de Maria, planejou sair de cena discretamente, sem falar com ninguém ou mesmo fazer um escândalo. Em minhas elucubrações, posso imaginá-lo sofrendo, sentindo-se traído e humilhado, contudo, conteve-se e não difamou Maria.
A Bíblia diz, em Provérbios 16:28, que aquele que fala mal dos outros separa os melhores amigos. Diz ainda, em 1 Coríntios 5:6, que um pouco de fermento leveda, ou seja, faz crescer toda a massa. Quantos de nós com pequenos ou grandes comentários destruímos a vida ou tiramos a paz do outro! Uma das coisas que o Senhor detesta é quem causa divisão e discórdia. “Estas seis coisas o Senhor odeia, e a sétima a sua alma abomina: olhos altivos, língua mentirosa, mãos que derramam sangue inocente, o coração que maquina pensamentos perversos, pés que se apressam a correr para o mal, a testemunha falsa que profere mentiras, e o que semeia contendas entre irmãos.” Provérbios 6:16-19
Todos estamos sujeitos a ser “mordidos pelo bichinho da maledicência”. Pequenos comentários maldosos ou a tentativa de nos justificarmos diante das atitudes dos outros podem nos levar a esse mal hábito. Voltemos nossos olhos para Jesus, pedindo graça e misericórdia. Miremos no exemplo de José para que fiquemos livres dessa prática que mata a alma, envenena o coração e destrói o próximo.