Se os parlamentares debatem e votam, não há razão para o povo reclamar da falta de discussão com a sociedade. Os parlamentares foram eleitos pela sociedade justamente para deliberar em nome dela. Certo? Claro que não… A escolha eleitoral é precedida de outros aspectos, dentre eles, o poder de convencimento dos candidatos.
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Muitos deles (talvez a maioria) desenvolvem a técnica da oratória fácil, das promessas vãs e dos compromissos, aparentemente aceitáveis. E, o eleitor, em sua maioria, de boa-fé, acaba por cair nas ciladas e vota nesses políticos. Em grande parte, a decepção não demora. As promessas se escoam pelo ralo, viram fumaça, derretem. O candidato some, muda de bairro, passa a frequentar outros ambientes e vira as costas para a comunidade que o elegeu.
Desconsolado, o eleitor fica, só no lamento. Diz-se por aí, que o voto é uma procuração em branco dada pelo cidadão ao político para que este o represente. Mas, o eleitor não é consultado quando o político muda de partido, deixa o cargo em troca de um emprego e trai a confiança da população. Esse eleitor, torna-se, portanto, “um mero detalhe”. Isto faz lembrar a, então, Ministra da Economia do Governo Collor, Zélia Cardoso de Mello que, em 2014 proferiu a célebre frase: “o povo é só um detalhe”, enquanto explanava à Nação os motivos do sequestro da poupança dos brasileiros. Outubro se aproxima e traz, mais uma vez, a oportunidade para que o povo reveja seus conceitos, avalie o desempenho dos políticos e, se for o caso, promova uma faxina moral e ética nos parlamentos municipais e, até, nas prefeituras. Daqui a dois anos, na Presidência da República, no Congresso Nacional e nas assembleias legislativas. Quando quer, o povo pode.