Ao abrir o jornal, ou, ligar a TV, o brasileiro é bombardeado com uma interminável série de escândalos, a maior parte relacionada à classe político/administrativa. Assuntos desagradáveis do passado, do presente e, até, do futuro enchem os olhos e ouvidos de todos nós, como se vivêssemos em uma terra sem lei e sem ordem. É o que parece. No Congresso Nacional, assistimos, como se não quiséssemos acreditar, senhores e senhoras a desfilarem rosários de denúncias sobre malversação do dinheiro público, sobre golpes e contragolpes, desvios de finalidades e um sem número de fatos que entristecem e enojam o povo brasileiro.
Mas, quando se olha para os denunciantes/delatores, a indignação é maior ainda. Muitos do que, hoje, se arvoram de voluntários da Pátria, arautos do bem e vigilante da honra, têm um passado tão, ou mais, comprometedor do que o que apontam de seus delatados. Gente que em um tempo não muito distante, também, figurou, como protagonista, em diversos atos desabonadores muitos deles mais escandalosos do que os que, atualmente são focados. E esse pessoal, na maior “cara de pau”, vai para a TV, para os jornais e revistas, posa como agente da moral e dos bons costumes. Ou, seja: os acusadores de hoje, são os acusados de ontem. E, (quase) todos eles com contas a se ajustarem junto à sociedade. Basta fazer um pequeno retrospecto na história da vida nacional para se saber o tipo de gente que, agora, se posta como paladina da justiça. Mas, a própria história dessas pessoas mostra o contrário. O passado as condena.
Bolsonaro minimiza críticas de futuro ministro: “As coisas mudam”
Então, mudou o quê, neste País? A corrupção continua como antes, os políticos são os mesmos, as falcatruas se repetem, a vergonha e a desonra são latentes. E, este mesmo Congresso, cheio de gente de conduta duvidosa (há exceções) é o mesmo que nega benefícios para uma população faminta e, simultaneamente, aprova uma verba de seis bilhões de reais para custear campanhas político/eleitorais que, certamente, vão colocar ou, manter, no poder, pessoas que deveriam estar nas delegacias de polícia, nos tribunais e/ ou, nas prisões, para pagarem pelos seu atos de lesa-pátria. Só que não. Grande parte deles vai ganhar salvo-conduto para continuar sua sanha de ludibriar; subverter; roubar; enganar e falsear diante de uma nação estupefata, que não sabe, mais, em quem acreditar. Em resumo, seriam, todos, farinha do mesmo saco.
PS: “E jornalista é que eu nasci, jornalista é que sou, do jornalista não me hão de demitir enquanto houver imprensa, a imprensa for livre, e este resto de liberdade nos indicar que a pátria respira” (Rui Barbosa).