Depois de uma certa idade, temos uma visão um pouco diferente da juventude e da velhice. Lembro-me de ouvir de uma criança que quem tem 40 anos é velho. Em contrapartida, há a expressão que diz que “a vida começa aos 40”. Logo, podemos concluir que, a depender da perspectiva, um jovem pode ser velho e um velho pode ser jovem. Onde quero chegar com todo esse preâmbulo? O texto do livro de Eclesiastes diz: “Lembra-te também do teu Criador nos dias da tua mocidade, antes que venham os maus dias, e cheguem os anos dos quais venhas a dizer: Não tenho neles contentamento” (Ec 12:1).
O autor do livro não disse que deveríamos lembrar do nosso criador aos 18, 20, 30 ou 40 anos. Também não disse quando chegariam os “dias maus”. Isso nos leva a uma verdade implícita: independente da idade, Deus deve estar presentes nas nossas vidas, conduzindo os nossos passos. Mas, então, por que, em regra, esse versículo é direcionado a jovens no início da vida e da trajetória cristã? Porque, para esses, o mundo oferece novidades que, com um pouco mais de experiência, já se poderia evitar. Por exemplo: um jovem é muito mais propenso a experimentar drogas que um homem mais vivido porque é muito mais fácil sucumbir à curiosidade ou à influência de outras pessoas quando se tem pouca idade. Claro que existem exceções, contudo, de maneira geral, os jovens são mais vulneráveis e estão sob maior pressão.
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Nesse contexto, o apóstolo Paulo escreveu a Timóteo, seu filho na fé: “Foge também das paixões da mocidade; e segue a justiça, a fé, o amor, e a paz com os que, com um coração puro, invocam o Senhor” (2Tm 2:22). Fugir dos desejos terrenos e seguir o caminho do Senhor é uma exortação que se aplica aos nossos dias. Num mundo em que as tentações são incontáveis e parecem irresistíveis, apenas o conhecimento profundo da Palavra e a intimidade com Cristo são capazes de garantir a segurança e a integridade pessoal, moral e espiritual dos mais moços. “Como purificará o jovem o seu caminho? Observando-o de acordo com a tua palavra” (Sl 119:9). Isso não significa que manteremos nossos filhos presos em uma bolha invisível, distantes das perversidades mundanas. Quem nos dera poder fazer isso! Não podemos e nem é assim que Deus nos orienta a agir. Precisamos orientá-los e deixá-los viver com alegria, mas cientes de que existe o certo e o errado e isso não é negociável.
“Ensina a criança no caminho em que deve andar, e ainda quando for velho, não se desviará dele” (Pv 22:6). Cabe a nós, como adultos e maduros na fé, orientar nossas crianças, jovens e adolescentes e, também aos novos cristãos, sobre a vida, os perigos, as consequências e a responsabilidade sobre nossas ações. Cabe a nós apresentar os limites e os princípios das Escrituras Sagradas como regras de conduta, fazendo com que a nova geração seja um exemplo. “Ninguém o despreze pelo fato de você ser jovem, mas seja um exemplo para os fiéis na palavra, no procedimento, no amor, na fé e na pureza” (1Tm 4:12).
Enquanto isso, para os mais vividos, seja 30 ou 100 anos, fica a exortação para que se cuidem e perseverem na fé e na Palavra. “Tem cuidado de ti mesmo e da doutrina. Persevera nestas coisas; porque, fazendo isto, te salvarás, tanto a ti mesmo como aos que te ouvem” (1Tm 4:16). Todos nós precisamos ter em mente que as tentações e lutas existem, mesmo que sejam diferentes dependendo da fase da vida. Tanto jovens quanto adultos e idosos devemos viver tendo como alvo a vida eterna em Cristo Jesus, lembrando que “o cabelo grisalho é uma coroa de esplendor, e obtém-se mediante uma vida justa” (Pv 16:31).