O Governo de Goiás, através da Secretaria de Saúde (SES-GO), decretou Estado de Emergência para o enfrentamento da Síndrome Respiratória Aguda Grave.
Conhecida pela sigla SRAG, a Síndrome Respiratória Aguda Grave é uma condição caracterizada por uma infecção respiratória severa que ocasiona em dificuldade para respirar e lesões nos pequenos sacos de ar nos pulmões responsáveis pelas trocas gasosas (alvéolos pulmonares), o que compromete a oxigenação do sangue.
Frequentemente, a SRAG está associada à presença de pneumonia, o que afeta a situação respiratória do(a) paciente.
Com a decretação do Estado de Emergência, será ampliada a disponibilização de leitos exclusivos para o tratamento de pacientes acometidos pela síndrome.
Conforme anunciado pela SES-GO, foram disponibilizados 163 leitos de unidade de terapia intensiva (UTI), bem como de outros 50 leitos de suporte ventilatório em 52 municípios de todas as regiões do Estado.
Os leitos eram utilizados para o atendimento de outras doenças e foram convertidos, conforme o plano de ação, para o atendimento de SRAG.
Casos em Goiás
Conforme levantamento realizado pelo CONTEXTO no painel de SRAG da Secretaria de Estado da Saúde, nesta quinta-feira (3/7), Goiás registrava 6.917 casos, sendo 3.601 (52,06%) em pessoas do sexo masculino e 3.316 (47,94%) em pessoas do sexo feminino.
O painel registra 525 (7,59%) de casos de SRAG em investigação; 2.281 (32,98%) de casos não especificados; 310 (4,48%) de SRAG por Covid-19; 1.172 (16,94%); 15 (0,22%) por outro agente etiológico e 2.614 (37,79%) por outros vírus respiratórios.
Em 2024, o número de casos de SRAG em Goiás foi de 7.477. Em 2021, esse número chegou a 64.154, por conta da Covid-19, que foi apontada como causa de 53.767 notificações na época, quando se deu a fase mais severa da pandemia.
Em relação aos óbitos, até o dia 3/7 estavam contabilizados no sistema 428, sendo 221 (51,88%) pessoas do sexo masculino e 205 (48,12%) pessoas do sexo feminino.
Tem-se ainda dos registros de óbitos no Estado: 5 (1,17%) em investigação; 193 (45,31%) não especificado; 69 (16,20%) por Covid-19; 105 (24,65%) por Influenza; 4 (0,94%) por outro agente etiológico e 50 (11,74%) por outros vírus respiratórios.
Em 2024, o Estado contabilizou 820 óbitos. Lá em 2021, no auge da pandemia, foram 19.304 óbitos por SRAG, sendo 17.331 associados à Covid-19.
Nos óbitos que estão no registro oficial, nota-se uma maior letalidade na faixa etária de pessoas com 60 anos ou mais (278 do total de 426) e em menores de 2 anos de idade (40 dos 426).
Anápolis
Conforme o levantamento, Anápolis possui registro de 1.061 casos de SRAG no painel da SES-GO. Desse, tem-se: 30 em investigação; 477 não identificados; 38 por Covid-19; 155 por Influenza; 361 por outros vírus respiratórios.
Os óbitos no município decorrentes de SRAG e seus agravamentos, soma 128, sendo: 81 não especificado; 8 por Covid-19; 24 por Influenza; 15 por outros vírus respiratórios.
Goiânia tem 74 registros de óbitos por SRAG e Aparecida de Goiânia, 41.
Baixa cobertura
De acordo com a SES-GO, o elevado número de casos de SRAG está relacionado à baixa cobertura contra a influenza, vacina que está disponível nas mais de 700 salas de vacinas de todo o Estado desde 1º de abril.
Os registros da secretaria apontam que o índice de cobertura vacinal nos componentes dos grupos prioritários, entre eles idosos, gestantes, menores de 2 anos, imunodeprimidos e pessoas com deficiência, é de apenas 38%, patamar extremamente baixo diante da cobertura preconizada pelo Ministério da Saúde, de 95%. (Com informações da SES-GO)
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