Com déficit de mais de R$ 23 milhões, concessionária afirma ter chegado ao seu limite operacional
A Urban encaminhou à ARM – Agência Reguladora do Município um pedido de reajuste no valor das passagens do transporte coletivo. Por contrato, a concessionária tem direito a uma atualização anual, que não ocorre há dois anos, por conta da pandemia.
Cogita-se que o aumento ideal para sanar as contas seria algo em torno de 80%, o que elevaria o valor da passagem dos atuais R$ 4,50 para patamares de R$ 7,70. Entretanto, o diretor jurídico da Urban, Carlos Leão, entrevistado pelo CONTEXTO, disse que esse reajuste deve obedecer a certos critérios contratuais e que o cálculo definitivo ainda não foi feito. Mas ele explicou que a demanda e, consequentemente a receita, caiu drasticamente enquanto, na outra ponta, os custos do diesel, pneus, salários e lubrificantes subiram para a estratosfera.
“Diferente da Capital e de outras cidades, não há qualquer contribuição ou subsídio do Poder Público para o sistema de Anápolis. Hoje o passageiro banca todo o sistema como gratuidades, impostos, taxa de gestão. O Poder Público precisa entrar com sua cota de contribuição, de modo a diminuir o impacto da tarifa para os usuários. Todo serviço público precisa de subsídio público para se manter. Anápolis precisa se adequar”, declarou o diretor da operadora.
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A Urban afirma já acumular uma dívida de mais de R$ 23 milhões por conta do déficit acumulado por conta dos últimos reajustes. Para reverter a situação e amenizar uma majoração tão radical na tarifa, discute-se várias medidas paralelas como a isenção do pagamento de imposto sobre o óleo diesel, a criação de um possível “Fundo Municipal do Transporte” e até mesmo a redução de linhas e horários para diminuir os custos de serviço.
O cálculo final deve será feito de acordo com a planilha eleita pelo edital, em que, basicamente, os custos decorrentes do sistema são divididos por quem paga a tarifa. Em Goiânia, o valor da passagem também é de R$ 4,50. Mas, lá o governo estadual subsidia a operação, baixando os custos em cerca de 45%. “É o que consideramos a saída mais viável e de maior impacto”, conclui Carlos Leão.