Todo ano é a mesma coisa. Governos batem cabeça em busca de uma solução para o angustiante problema da falta de água. Aqui, no Centro Oeste, não é diferente. Aliás, é diferente sim… Somos, apenas, o quinto maior aquífero nacional, em que pese a existência de caudalosos rios e outras bacias hidrográficas.
Mas, não é o suficiente. Isto, porque, matamos, a cada dia que passa, nossa maior riqueza, a natureza bruta. Destruímos nossas nascentes, as matas e o nosso Cerrado. E, por fim, estamos acabando com o nosso único bem insubstituível, que é a água. O quadro para o futuro não é nada animador.
Nem parece que o Brasil detém 12% das reservas de água doce do planeta. Mas, este mesmo Brasil está secando. A conclusão foi obtida pela análise de imagens de satélite de todo o território nacional entre 1985 e 2020 feita pela equipe do MapBiomas. Perdemos 15% da superfície de água neste período.
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E, entre as causas estão: uso irracional da terra, construção de barragens, poluição e uso excessivo dos recursos hídricos e as mudanças climáticas. Os dados indicam uma clara tendência de perda de superfície de água em 8 das 12 regiões hidrográficas – em todos os biomas do País. Assustador…
Saliente-se que vivemos o pior índice de chuvas dos últimos 91 anos, e o Brasil se prepara para atravessar uma das piores crises hídricas e energéticas. Os reservatórios de hidrelétricas do Sudeste e do Centro-Oeste chegaram ao fim de julho com o armazenamento médio mais baixo de toda a série histórica disponibilizada pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico, que teve início em 2000.
A falta de água assombra a todos, tendo em vista o que ela pode ocasionar não só no campo material. Mas, na qualidade de vida da população.
Em Anápolis, em que pese o esforço dos governos Estadual e Municipal, o drama da falta de água nas torneiras é um fantasma que insiste em não ir embora. Enquanto a solução técnica não chega, é preciso que a população comece a adotar novos comportamentos que sinalizem para a economia do produto.
O problema não é (só) político. Ele é mais denso. Trata-se da lei da sobrevivência. Autoridades políticas, também, correm o risco da falta d’água. Portanto, todos nós temos o dever de fazer o uso racional da água nossa de cada dia.