Na última segunda-feira 31, a Organização das Nações Unidas celebrou o Dia Mundial das Cidades.
Mas, em meio a isso tudo, uma triste constatação: o mundo vai gerar três bilhões e 400 milhões de toneladas de resíduos por ano até 2050, um aumento de 70%. E, saber que esse assunto é uma ferida, literalmente, aberta no Brasil, onde centenas de cidades, ainda, expõem seus lixões nas periferias, em lugar de aterros sanitários conforme determina a Lei de Resíduos Sólidos.
E, a maioria dessas cidades ainda não se deu conta do problema. Aliás, um problemão, pois os chamados “lixões”, além de prejudicarem esteticamente as comunidades, causam uma série de transtornos nocivos à saúde pública, ao meio ambiente e ao conforto da população.
O lamentável, entretanto é que, em quase todos esses municípios, a política ambiental se resume em alguns varredores de ruas, capinadores de mato, coletores e caminhões que recolhem detritos e, em grande parte, descarta-se o entulho (incluindo lixo cirúrgico/hospitalar) em locais inadequados, próximos a habitações coletivas, às margens de rodovias e entradas das cidades.
O Brasil está uma eternidade atrasado em questão recolhimento destinação e tratamento corretos dos resíduos sólidos urbanos. Existem exceções, claro. Caso de Anápolis, um dos poucos municípios no Centro Oeste a contar com serviço de varrição, coleta, destinação e tratamento do lixo urbano considerado de boa qualidade. Há, até, um aterro sanitário, exigência de lei federal, que conta com certificado que atesta sua eficácia.
Mas, o caso de Anápolis destaca-se entre a maioria dos municípios de todo o Território Nacional. Em Goiás contam-se, nos dedos, as cidades aonde o serviço de limpeza pública, pelo menos, aproxima-se do aceitável.
Para se ter uma ideia, o programa Nacional Lixão Zero registrou 809 desses depósitos a céu aberto desativados desde 2013, quando passou a monitorar.
Mas, ainda, existem cerca de 2,4 mil espalhados pelo Brasil, de acordo com dados do Ministério do Meio Ambiente. Enquanto isso, perde-se a conta das pessoas que, diariamente são contaminadas com diferentes tipos de moléstias, de como o meio ambiente fica empobrecido e o mal-estar que acomete a todos. Os “lixões” se transformaram em “heranças malditas” deixadas de uma administração para outra, com o correr do tempo. Uma pena que isto (ainda) aconteça em pleno Século 21.
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